Obra do jornalista Thales Guaracy retrata questões políticas e sociais que influenciaram a construção da sociedade brasileira atual
Victória Gearini Publicado em 28/05/2020, às 15h16
Lançada em 2018 pela Editora Planeta, a obra A criação do Brasil 1600-1700, do jornalista Thales Guaracy, retrata o desenvolvimento do país enquanto colônia de Portugal. Por meio de uma linguagem simples e acessível, o livro revela, ainda, documentos históricos que explicam questões políticas e sociais da época.
Segundo o autor, em 1624, o rei da Espanha e Portugal, Filipe II, teria perguntado ao comandante da esquadra luso-espanhola, Dom Fadrique de Toledo Osório, o que ele tinha achado do Brasil. Na ocasião, o comandante tinha acabado de libertar Salvador dos holandeses.
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Acredita-se que Dom Fadrique de Toledo Osório tenha dito: “No Brasil, até os céus mentem”. Para Guaracy, este provérbio demonstra que ainda hoje o país sofre com os desentendimentos políticos e sociais herdados do período colonial.
Por meio de uma pesquisa minuciosa, o autor surpreendende o leitor ao revelar os detalhes das aventuras dos primeiros colonizadores, abordando a verdadeira gênese do país. Outro fator histórico de relevância apresentado neste livro é a dominância da Espanha sobre Portugal. Durante o século 17, os portugueses foram esquecidos e dominados pelos espanhóis ao perderem o território para o país europeu vizinho.
Esta obra mostra, ainda, como a colônia brasileira se desenvolveu em meio aos conflitos religiosos e políticos, apresentando personagens esquecidos da História, que contribuíram para a construção das características próprias do país.
Disponível na Amazon, este livro é fundamental para compreender a História do Brasil, de forma que desamarra as heranças sociais do período colonial, que são importantes para os estudos da sociedade brasileira atual.
Confira abaixo um trecho da obra A criação do Brasil 1600-1700, de Thales Guaracy (2018):
“No final do século XVI, Portugal terminou a consolidação da colônia na América, muito graças à ação do seu terceiro governador-geral, Mem de Sá. Com o apoio da Coroa e sob influência dos jesuítas, que coordenaram as ações das forças enviadas pelos portugueses com tropas paulistas e de Salvador, a então capital colonial, Mem de Sá havia dizimado os índios tupinambás da costa, na administração que só acabou com sua própria morte em 2 de março de 1572. Como uma versão tropical da Pax romana, se estabeleceu a Pax portuguesa. Pelo genocídio dos tamoios — tribos confederadas que montaram a resistência organizada, cujo o último reduto foi a baía de Guanabara —, o Brasil foi pacificado.”
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