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Denunciou a indústria pornográfica e foi alvo do Estado Islâmico: a saga de Mia Khalifa

Saiba mais sobre a trajetória da ex-atriz pornô libanesa que já foi ameaçada pelo Estado Islâmico

Victória Gearini | @victoriagearini Publicado em 16/10/2021, às 09h00

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Mia Khalifa durante uma entrevista à BBC - Divulgação / Youtube / BBC HARDtalk
Mia Khalifa durante uma entrevista à BBC - Divulgação / Youtube / BBC HARDtalk

Nascida em 10 de fevereiro de 1993 e de origem libanesa, Mia Khalifa conta com mais de 25 milhões de seguidores em seu perfil oficial no Instagram. 

A jovem ficou mundialmente conhecida em 2014, quando atuou em um filme pornô. Na ocasião, ela apareceu nas filmagens tendo relações sexuais enquanto usava um hijab — véu sagrado utilizado por mulheres muçulmanas.

A entrada na indústria pornográfica 

Provida de uma família cristã, a jovem, até então com 21 anos, tinha acabado de se formar na faculdade de História, na Universidade do Texas, em El Paso, quando recebeu uma intrigante proposta de um cliente que a abordou em uma rede de fast food onde trabalhava.

Na época, Mia Khalifa tinha emagrecido em torno 23 quilos, mas sofria com baixa autoestima. Para ela, a proposta — até então regada de elogios — veio com uma forma de aumentar a sua autoconfiança.

Mia Khalifa durante uma entrevista à BBC, em 2019 / Crédito: Mia Khalifa durante uma entrevista à BBC 

Em entrevista à BBC, em 2019, ela contou que num primeiro momento recebeu uma oferta para supostamente trabalhar como modelo. Ao chegar no estúdio, a jovem libanesa achou o ambiente agradável e não imaginava que aquilo um dia pudesse causar danos profundos em sua vida. 

"Foi algo como: ‘Você é linda, gostaria de fazer uns trabalhos como modelo? Bem, é que você tem um corpo lindo’. Mais tarde, quando fui ao estúdio, encontrei um lugar muito respeitável, magnífico, em Miami, na Flórida. Era limpo. Todo mundo que trabalhava lá era simpático. Todos os quartos eram decorados com fotos de família. Como se não fosse nada duvidoso ou que me deixasse desconfortável", lembrou a ex-atriz pornô.

Alvo do Estado Islâmico

Em 2014, sua vida mudou por completo. Após gravar um vídeo pornô utilizando um hijab e com vestimentas sensuais.

Com a repercussão do vídeo, logo veio a fama. Contudo, as gravações chegaram até o conhecimento do Estado Islâmico. O grupo radicalista, por sua vez, passou a perseguir a jovem, que chegou a temer pela sua vida.

Em entrevista à BBC, Mia Khalifa revelou que sentiu medo das ameaças, mas como uma forma de se defender, optou por responder com ironia e bom humor.

"Foi assustador. Mas usei o humor como mecanismo de defesa. A minha resposta foi: 'Tudo bem, desde que você não corte meus peitos... Eles custaram muito dinheiro'", disse ela.

Marcas profundas 

Apesar da carreira curta, de apenas três meses, a indústria pornográfica deixou marcas profundas na vida de Mia Khalifa. Mesmo após anos, ainda hoje, a jovem se sente desconfortável ao caminhar na rua.

"Sinto como se as pessoas pudessem ver através da minha roupa e me sinto profundamente envergonhada. Tenho a sensação de que perdi direito a toda a minha privacidade. E perdi, porque estou a um clique de distância no Google", contou em 2019, à BBC.

Atualmente, ela utiliza suas redes sociais para alertar sobre os riscos da indústria pornográfica. A partir de sua experiência pessoal, ela denuncia este ramo que explora milhares de mulheres ao redor do mundo.  

"Preferia a remoção dos vídeos do que ganhar um centavo dessa fortuna. Me ofereceram milhões para retornar e fazer outro vídeo, me senti violada novamente pela audácia de pensarem que meu corpo tinha um preço certo", escreveu a jovem em seu perfil oficial no Twitter, em 2020.

Citada na CPI da Covid-19

Em julho deste ano, Mia voltou a ser assunto nas redes sociais, após ser mencionada na CPI da Covid-19. Na ocasião, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello teria negociado vacinas com uma empresa de produtos eróticos. 

O político disse, ainda, em um tuíte: "Corre aqui @miakhalifa! Acho que estavam te usando de cortina de fumaça!"

Khalifa, por sua vez, respondeu a provocação misógina do brasileiro com ironia: "Vocês estão em crise… Estou a caminho".


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