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Vitrine / Índia

Aceitas e respeitadas pela sociedade hinduísta: as temidas transsexuais Hijras

Configurado como o terceiro gênero são também consideradas figuras místicas

Victória Gearini Publicado em 06/01/2020, às 21h00

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Hijras - Getty Images
Hijras - Getty Images

Em diversas culturas, os eunucos desempenham funções importantes para a sociedade. Na Índia, as hijras pertencem a uma comunidade religiosa hinduísta, que ao nascerem no sexo masculino, são castradas e atribuídas ao sexo feminino. Acredita-se que possuem o poder de abençoar ou amaldiçoar um individuo, sendo extremamente respeitadas e temidas.  

Na Índia, são comuns os rituais de castração, feitos por sacerdotisas — mulheres especializadas e treinadas para a função — que removem pênis e testículos de modo que mantenha a pessoa viva. Após o ritual, os eunucos, mais conhecidos como hijras, aderem expressões femininas e passam a servir aquela que as castrou.

Crédito: Getty Images

De acordo com a sociedade hinduísta, há vários motivos que levam uma pessoa a se tornar uma hijra, como por exemplo, homens considerados impotentes que oferecem sua genitália a deusa Bahuchara Mata. Outro motivo muito comum são famílias entregarem seus filhos, ainda pequenos, para a comunidade, por acreditarem que a criança tenha traços femininos. Meninos que já foram vítimas de abusos sexuais na infância também são obrigados a se tornarem hijras.

Apesar dos líderes da comunidade afirmarem que as castrações são feitas por vontade própria dos membros, a ONU considera a prática como uma das maiores violações dos direitos humanos. De acordo com relatórios emitidos pela organização, os rituais na verdade são crimes cometidos por organizações criminosas que atuam na exploração sexual de homens. Para as Nações Unidas, há ainda coação, sequestro e ameaças contra andarilhos e usuários de drogas. 

Crédito: Getty Images

"Gurus eunucos e seus agentes pagos, pegam esses jovens sequestrados viciados em ópio e depois os iniciam na prostituição. Eventualmente, eles são castrados em uma operação sangrenta e arriscada”, afirma Arun Kumar, membro do Parlamento na Índia.

Os transexuais passaram a serem criminalizados, após a colonização inglesa no país. Em 1871, foram considerados uma “tribo criminosa”, o que acarretou na discriminação e marginalização desses indivíduos, levando muitos a prostituição. Muitos foram perseguidos e condenados por isto.

Crédito: Getty Images

Somente em 2014, a Suprema Corte da Índia reconheceu oficialmente as hijras como um terceiro gênero, configurando uma vitória para esta comunidade. “Os transexuais são também cidadãos deste país. É direito de todo ser humano escolher seu gênero”, veredicto dado pela Suprema Corte da Índia.


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