Assim como o isolamento social que estamos vivendo por conta do coronavírus, outras pandemias assolaram a humanidade, obrigando as pessoas a ficarem em casa
Victória Gearini Publicado em 05/03/2021, às 10h00
Assim como a atual crise gerada pela COVID-19, ao longo dos séculos, a humanidade já enfrentou outras pandemias que forçaram a sociedade a viver em quarentena por um determinado período. Em tempos de crise, a arte e a cultura têm se mostrado de extrema importância para encarar o isolamento social — e antigamente não foi diferente.
Pensando nisso, listamos algumas mentes brilhantes que se expandiram em períodos de quarentena.
1. William Shakespeare
Em 1606, com o intuito de diminuir a curva da praga que assolava o mundo, as autoridades fecharam diversos estabelecimentos, entre eles os teatros, após a morte de mais de 30 pessoas em uma semana. Shakespeare não ficou de fora e foi forçado a fechar seu teatro The Globe.
Sem conseguir contracenar nos palcos, o dramaturgo e poeta passou a dedicar-se a escrita como forma de expandir seus sentimentos perante à situação caótica. Segundo o escritor James Shapiro, o artista escreveu três de suas tragédias mais famosas durante o período de isolamento, sendo elas Rei Lear, Macbeth, Anthony e Cleopatra.
2. Alexander Pushkin
Durante o outono de 1830, um surto de cólera assolou Boldino, deixando o poeta russo Alexander Pushkin preso na região durante três meses. Neste tempo, o escritor aproveitou para aperfeiçoar sua escrita, completando seu romance Eugene Onegin e os contos The Belkin Tales. Além disso, desenvolveu quatro dramas em versos e mais de 30 poemas.
Gente como a gente, ele experimentou, ainda, uma barba diferente para mudar seu visual. “Existem cinco zonas de quarentena entre aqui e Moscou, e eu teria que passar catorze dias em cada uma. Faça as contas e imagine como estou de mau humor”, escreveu em uma carta para sua noiva, Natalia Goncharova.
3. Isaac Newton
Conhecido como um dos maiores físicos da humanidade, Isaac Newton também teve que enfrentar um duro isolamento social devido ao surto de peste negra. Durante a primavera de 1667, Newton foi forçado a voltar para sua casa, em Lincolnshire, após sua faculdade fechar as portas.
No entanto, este período, para o estudioso, é conhecido como o ano das maravilhas de annus mirabilis, pois foi a partir disso que ele começou a se aprofundar em seus estudos que hoje fazem parte da compreensão das leis da natureza.
O físico teria, ainda, desenvolvido as teorias sobre cálculo, movimento e óptica, e as leis do movimento e da gravidade enquanto estava em quarentena. "Naqueles dias eu estava no auge da minha idade em termos de invenção, mente, matemática e filosofia, mais do que em qualquer outro momento desde então", disse Newton ao francês Pierre desMaizeaux.
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