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Vitrine / Bizarro

Cottingley Fairies: A incrível saga das jovens que convenceram o mundo que brincavam com fadas

Imagens tiradas pelas primas Frances Griffiths e Elsie Wright viralizaram pelo mundo; somente em 1983 o mistério foi finalmente revelado

Victória Gearini Publicado em 24/04/2020, às 08h00

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Frances Griffiths posando com as supostas fadas - Divulgação / Granger Historical Picture Archive
Frances Griffiths posando com as supostas fadas - Divulgação / Granger Historical Picture Archive

Em 1920, duas meninas surpreenderam o mundo ao revelarem ter conseguido fotografar fadas. As primas Frances Griffiths e Elsie Wright teriam capturado as imagens no jardim de uma casa na vila de Cottingley, em West Yorkshire, na Inglaterra. Somente em 1983 a verdadeira história foi revelada.

As supostas capturas de fadas foram tiradas pelas primas Elsie Wright e Frances Griffiths, com respectivamente 16 e 9 anos na época. No verão de 1917, as garotas estavam brincando em um jardim, próximo a um riacho, quando disseram que avistaram seres mitológicos.   

Quando o pai de Frances Griffiths ingressou na Primeira Guerra Mundial, a garota se mudaram para o condado de Yorkshire e moraram os tios e prima. Ao serem questionadas pela mãe de Frances porque passavam tanto tempo fora de casa, a justificativa foi que elas se encontravam com fadas.

Frances Griffiths posando com as supostas fadas / Crédito: Granger Historical Picture Archive

A escritora Hazel Gaynor foi responsável por escrever o romance baseado nessa história, que ficou conhecido como The Cottingley Secret. Em entrevista à BBC, a autora disse que para comprovar a existência de fadas, as garotas pegaram a câmera do pai de Elsie emprestada para fotografá-las ao lado desses seres.

As imagens foram guardadas pela família, até que a mãe de Elsie começou a estudar Teosofia e passou a se interessar por assuntos que envolvessem a espiritualidade. "As pessoas estavam desesperadas. Tentavam se agarrar a qualquer coisa que pudesse trazer respostas à questão, por que o Deus cristão tinha permitido os horrores das trincheiras?", disse a escritora Hazel Gaynor.

Esse movimento ganhou força após a Primeira Guerra Mundial, pois de acordo com a pesquisadora, as pessoas procuravam explicações para responder assuntos como sociedade, religião e vida após a morte. Nesse contexto, as meninas levaram suas imagens a uma reunião da comunidade de Teosofia.

Elsie Wright dançando com um "gnomo" / Crédito: Dominic Winter Auctioneer

Em questão de tempo, o autor de Sherlock Holmes, Sir Arthur Conan Doyle tomou conhecimento sobre as fotos e escreveu um artigo para Strand Magazine sobre a história, afirmando ser verdadeira. “Segundo os especialistas, não havia evidências de falsificação. Então, quando Conan Doyle escreveu seu artigo, usou as fotos para embasar sua afirmação de que a vida das fadas era real”, explica Gaynor.

A história se popularizou pelo Reino Unido e Estados Unidos, até que 1983 Elsie confessou a farsa à BBC. Ela explicou que desenhou as fadas e posteriormente recortou as figuras em papel cartão. Elsie também afirmou que resolveu revelar a verdadeira história em consideração as suas netas, como uma forma de encerrar o assunto.

Elsie Wright posando com suposta fada / Crédito: Dominic Winter Auctioneers

Christine Lynch, filha de Frances ainda hoje afirma que sua mãe dizia ter uma quinta foto que comprovava a existência de fadas. "Sem pensar, ela pegou a câmera e ajustou o cronômetro, à distância e a exposição. Foi somente quando foi desenvolvido que ela viu que havia fadas de verdade", disse Christine Lynch.

Para Gaynor o mais fascinante nesse acontecimento histórico é a imaginação de France, que mesmo após anos, manteve viva a ideia sobre fadas. “Talvez as condições fossem perfeitas para que ela se conectasse com uma outra esfera. Acho que é muito mais encantador acreditarmos que há um elemento de verdade nessa história", disse a especialista.