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Vitrine / The Girl from Plainville

A história real inacreditável que inspirou a série 'The Girl from Plainville'

Em 2014, o estudante Conrad Roy foi encontrado morto após tirar a própria vida sob encorajamento da namorada; a história é apresentada em 'The Girl from Plainville'

Victória Gearini Publicado em 18/10/2020, às 15h21 - Atualizado em 11/07/2022, às 15h21

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Divulgação da minissérie “The Girl From Plainville” - Divulgação/Starzplay
Divulgação da minissérie “The Girl From Plainville” - Divulgação/Starzplay

Estreou ontem, 10, no Starzplay a minissérie “The Girl From Plainville”, que conta, de maneira ficcionalizada, uma história real inacreditável que aconteceu nos Estados Unidos em 2014.

A produção conta o caso que chocou o país — e o mundo — há oito anos quando Conrad “Coco” Roy, um rapaz de 18 anos, tirou a própria vida depois de sua namorada, Michelle Carter, de 17, ter incentivado o companheiro a cometer suicídio por mensagens de texto.

Os jovens são vividos na trama por Elle Fanning e Colton Ryan, que pode ser acompanhada semanalmente no serviço de streaming. Um novo episódio da minissérie será lançado todo domingo. 

Pensando no lançamento de “The Girl From Plainville”, a equipe do site Aventuras na História conta essa tragédia com detalhes. 

História trágica

No dia 13 de julho de 2014, o estudante Conrad Roy III, 18 anos, foi encontrado morto em sua picape, em Massachusetts, EUA. Segundo as autoridades, o jovem sofria de transtorno de ansiedade e depressão, motivo pelo qual influenciou o ato de Roy em tirar a própria vida. No entanto, foi descoberto um fato insano: sua namorada Michelle Carter, até então com 17 anos, foi acusada de o ter incentivado a cometer o ato. 

Roy e Carter se conheceram durante as férias na Flórida. Pouco tempo depois, começaram a namorar. Boa parte do relacionamento ocorria através de mensagens de texto e telefone.

Na época, ambos sofriam de depressão e Roy já havia tentado se matar outras vezes. Certo dia, o rapaz mandou uma mensagem de texto a Carter dizendo que queria tirar a própria vida. A jovem, por sua vez, o encorajou a fazer o ato. Entretanto, quando Roy hesitou, Carter teria respondido: "Você fica adiando e diz que vai fazer, mas nunca o faz. Sempre será assim se você não agir", conforme repercutido pelo USA Today em fevereiro de 2019. 

Estudante Conrad Roy / Crédito: Divulgação / Youtube / Jaqueline Guerreiro

Por mensagem, a jovem teria fornecido, ainda, instruções de como Roy poderia dar um fim a sua própria vida. Ao descobrir as mensagens trocadas entre o casal, as autoridades indiciaram Carter por homicídio culposo, em fevereiro de 2015.

O julgamento

A defesa de Carter argumentou que os promotores ignoraram os pedidos da jovem para que o namorado procurasse ajuda e tratamento psicológico. Os advogados disseram, ainda, que nada que a garota dissesse naquele momento poderia reverter a decisão de Roy.

No entanto, Carter foi considerada culpada por homicídio involuntário, por omissão e por ter colocado o rapaz naquele ambiente tóxico.

“Depois que ela o convenceu a voltar para o caminhão cheio de monóxido de carbono, ela não fez absolutamente nada para ajudá-lo: ela não pediu socorro ou disse para ele sair do caminhão enquanto o ouvia engasgar e morrer”, afirmou na época o Supremo Tribunal Federal.

Além disso, a juíza do caso justificou que após a morte de Roy, Carter teria enviado uma mensagem de texto à um amigo, confessando sua parcela de culpa na morte do namorado, como também repercutido pelo USA Today em 2019.

Carter foi sentenciada a dois anos e meio de prisão, mas teve redução para 15 meses e mais 5 anos em liberdade condicional.

Michelle Carter em julgamento / Crédito: Divulgação / Youtube

Em entrevista à revista People, seu advogado alegou que a jovem se arrependeu. “Muito do que foi relatado até agora é que Michelle Carter sempre quis endossar o plano de Conrad Roy de se matar. Mas ficará bem claro que durante semanas antes de concordar com o plano dele, ela tentou dissuadi-lo e ele tentou fazê-la suicidar-se com ele”, respondeu o advogado de defesa. 

E depois?

Para reverter o quadro de Carter, os advogados entraram com um recurso, entretanto, em 13 de janeiro de 2020, a Suprema Corte não aceitou o recurso, nem alterou a condenação. Semanas depois da Suprema Corte rejeitar o recurso, Carter foi fotografada deixando a prisão.

Em decorrência do seu bom comportamento na penitenciária, a jovem ganhou o direito de liberdade mais cedo, cumprindo 11 meses de 15 meses na qual foi sentenciada. Segundo o Buzzfeed News, o porta-voz do Gabinete do Xerife do Condado de Bristol, Jonathan Darling, alegou que Carter foi uma 'detenta modelo'.

“Ela frequentou programas, trabalhou na prisão, foi educada com nossa equipe e voluntários, se deu bem com outros internos e não tivemos problemas de disciplina com ela”, disse Jonathan Darling ao Buzzfeed News.