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Vitrine / Segunda Guerra Mundial

Compaixão em meio ao caos: a história dos pilotos rivais Charlie Brown e Franz Stigler

Durante a Segunda Guerra Mundial os jovens pilotos de forças inimigas mostraram ter gestos de humanidade

Ricardo Lobato Publicado em 09/10/2021, às 10h48 - Atualizado em 27/09/2023, às 16h13

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Franz Stigler e Charlie Brown, respectivamente - Divulgação / Museu de Imagens
Franz Stigler e Charlie Brown, respectivamente - Divulgação / Museu de Imagens

Caro(a) leitor(a), guerras são conhecidas por serem o lugar onde acontecem algumas das piores atrocidades do mundo. Mas será possível encontrar um pouco de humanidade em meio a tanto caos e violência? O norte-americano Charlie Brown e o alemão Franz Stigler podem mostrar que sim.

Nossa história se passa em 20 de dezembro de 1943, no auge da Segunda Guerra Mundial, quando os Aliados empreendiam o que ficou conhecido como a “guerra aérea contra a Alemanha”. Para danificar a infraestrutura do inimigo e minar o moral da população, ingleses e norte-americanos se revezavam no bombardeio do país que desencadeara a guerra.

Charlie era um dos pilotos da Força Aérea do Exército dos EUA que, a bordo de sua “Fortaleza Voadora” (como eram chamadas as B-17), participava da ofensiva Aliada. Foi justamente no retorno de uma dessas missões que conheceu Franz, um jovem piloto alemão que mudaria sua vida. Apesar de fustigarem as defesas alemãs, as missões eram extremamente arriscadas, e o índice de baixas entre pilotos Aliados era altíssimo.

No retorno de sua missão, a B-17 de Charlie foi fortemente atacada por aeronaves alemãs. Com sua tripulação ferida e o avião avariado, ele lutava para se manter no ar. Até que avistou uma nova aeronave inimiga, um Messerschmitt Bf 109, o orgulho da Luftwaffe. Seu piloto era ninguém menos que Franz Stigler, um dos maiores ases da
Alemanha que já contabilizava 27 vitórias aéreas.

Os pilotos viraram amigos anos depois / Crédito: Divulgação / Museu de Imagens

O norte-americano acreditava que aquela seria sua hora, pois os pilotos alemães tinham fama de serem implacáveis. Todavia, para sua grande surpresa, Franz emparelhou sua aeronave ao lado da B-17 e fez sinal para que ela pousasse.

Stigler era um piloto diferenciado. Além de ser um católico fervoroso, se opunha à guerra. Mesmo que fosse um grande piloto, havia entrado no conflito apenas depois da morte de seu irmão em combate e, sendo um veterano da Afrika Korps, guardava sempre as palavras de seu líder de esquadrão, de que um verdadeiro cavalheiro nunca atirava em paraquedistas ou em soldados feridos.

Para ele não havia dúvida, a condição de Charlie e de seus companheiros o impossibilitava de dar o golpe de misericórdia. Ao invés disso, fez sinal para que aterrissassem e se rendessem. Como viu que não entendiam o que gesticulava, tomou uma decisão extremamente arriscada: escoltar aquele estranho para fora do território alemão. Se alguém os avistasse, pareceria que estava em perseguição ao inimigo.

Em um gesto de humanidade, e com a própria vida em risco, escoltou a aeronave inimiga até a segurança do oceano, e voltou para casa, nada revelando a seus superiores. Na
base na Inglaterra, Charlie e seus homens receberam ordens de não revelar a história a ninguém.

O episódio ficou esquecido até que, em 1986, quando perguntado sobre a história mais memorável que vivera na guerra, Charlie se lembrou do ato de cavalheirismo daquele
desconhecido piloto alemão. Foi então que começou a vasculhar os registros militares em busca da identidade de seu salvador.

Recebeu, então, uma carta de Franz onde se lia: “Eu fui esse piloto”. Ambos se reencontraram em 1990 e se tornaram grandes amigos, falecendo em 2008 com poucos meses de diferença — mas não sem antes nos revelar que, mesmo em meio ao horror da
guerra, pode haver um gesto de humanidade.


RICARDO LOBATO É SOCIÓLOGO E MESTRE EM ECONOMIA PELA UNB, OFICIAL DA RESERVA DO EXÉRCITO BRASILEIRO E CONSULTOR-CHEFE DE POLÍTICA E ESTRATÉGIA DA EQUILIBRIUM – CONSULTORIA, ASSESSORIA E PESQUISA


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