Obra aborda perspectivas sobre a vida do planeta e questiona o conceito de patrimônio cultural

Lançada em novembro de 2021 pela Editora Jandaíra, a obra "Lugares de origem" busca questionar o conceito de patrimônio cultural, reflete sobre a preservação da vida no planeta e surgiu a partir de um diálogo entre o historiador Yussef Campos e o líder indígena Ailton Krenak. 

Yussef e Krenak se conheceram em 2013, quando o historiador desenvolvia sua pesquisa de doutorado, buscando analisar o patrimônio cultural como objeto da Assembleia Nacional Constituinte de 1988. Ao observar os atores sociais e políticos envolvidos, Yussef chegou no nome de Ailton Krenak, um dos principais representantes na luta a favor dos direitos dos povos indígenas.

Para a melhor compreensão do leitor, a obra é divida em três capítulos. O primeiro é uma entrevista base realizada por Yussef com Ailton em 2013, para sua tese de doutorado; o segundo é a transcrição de uma fala de Krenak na Universidade Federal de Goiás, após a tragédia do estouro da barragem da Samarco, em Mariana; já o terceiro, apresenta um ensaio de Youssef que parte do gesto de guerra e luto de Krenak ao pintar o rosto de jenipapo diante do Congresso Nacional, como forma de protesto às deturpações das reinvindicações definidas em consulta pública durante a Constituinte. 

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Confira, abaixo, trecho do livro que está disponível no site da Amazon em sua forma física:

“A ancestralidade é a casa da sabedoria. Os indígenas tratam seus anciãos com solenidade e respeito dignos de muita admiração. Creio que foi nesse momento que fui arrebatado por Ailton Krenak. Não só o intelectual, filósofo, ambientalista, pensador e líder indígena, mas também o ser humano. Desde esse encontro, minha maneira de encarar o mundo vem sofrendo viradas constantes, possibilitando uma ampliação do conhecimento que a academia não proporciona. Mais que isso: dentro de mim, a epistemologia eurocêntrica, branca, hegemônica começava a ruir”.

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