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Pan-Africanismo no Brasil e no mundo: livro debate importância sobre o tema

Obra direciona o leitor aos aprendizados sobre a importância e necessidade do pan-africanismo na África e na diáspora

Paulo Marinho Publicado em 15/04/2024, às 16h00

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Capa da obra "O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista" (2019) - Crédito: Reprodução/Pespectiva
Capa da obra "O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista" (2019) - Crédito: Reprodução/Pespectiva

A posse coletiva da terra, a preservação da cultura, das religiões e dos idiomas. Essa luta é urgente, necessária, permanente e ampla, e é assim que podemos descrever a militância resistente pan-africanista, que aos poucos ganha maior reconhecimento no Brasil e no exterior. 

Escrito por Abdias Nascimento, o livro “O Quilombismo: Documentos de uma Militância Pan-Africanista” traz denúncias contra a elite branca brasileira de todas as ideologias e cita, sobretudo, os marxistas, que ignoram a urgência das nações africanas em conquistar suas independências e o fortalecimento do movimento pan-africano.

A obra está estruturada em dez Documentos, como nomeia Abdias, e nos faz refletir profundamente sobre o racismo no Brasil e sobre a extrema importância em debater o assunto, porém visando soluções para as comunidade da diáspora e continente, e não somente mantendo a linha de um simples diálogo sem consenso das ações a serem tomadas pelo movimento.

Créditos: Reprodução / Perspectiva
Créditos: Reprodução / Perspectiva

O quilombismo, além de representar a preservação de patrimônios africanos, tanto no sentido de liberdade humana, como dos bens materiais básicos para se viver, também nos introduz à economia cooperativista e anticapitalista que, para o autor, seriam temas de fortalecimento nas ligações e aproximações entre os povos negros das diásporas de todos os países da América do Sul e África. 

Em um trecho do livro, Abdias demonstra o esgotamento da comunidade negra com o escravismo, e reforça a importância da transformação radical das estruturas vigentes: 

O negro tragou até à última gota os venenos da submissão imposta pelo escravismo, perpetuada pela estrutura do racismo psicossócio-cultural que mantém atuando até os dias de hoje. Os negros têm como projeto coletivo a ereção de uma sociedade fundada na liberdade, na justiça, na igualdade e no respeito a todos os seres humanos; uma sociedade cuja natureza intrínseca torne impossível a exploração econômica e o racismo; uma democracia autêntica, fundada pelos destituídos e deserdados deste país, aos quais não interessa a simples restauração de tipos e formas caducas de instituições políticas, sociais e econômicas as quais serviriam unicamente para procrastinar o advento de nossa emancipação total e definitiva, que somente pode vir com a transformação radical das estruturas vigentes. Cabe mais uma vez insistir: não nos interessa a proposta de uma adaptação aos moldes da sociedade capitalista e de classes. Esta não é a solução que devemos aceitar como se fora mandamento inelutável. Confiamos na idoneidade mental do negro, e acreditamos na reinvenção de nós mesmos e de nossa história.

O PAN-AFRICANISMO

Muito além de um reencontro com a ancestralidade, o pan-africanismo promove, em sua essência, o crescimento e reagrupamento do continente africano, dividido e massacrado por séculos entre os saqueadores - popularmente chamados de colonizadores. Contribuindo para as forças das independências de várias nações africanas, a doutrina surge com o intuito de se formar um único Estado soberano no continente africana, não apenas para os naturais do território, mas para todo aquele que pertencer à diáspora. 

A origem do termo vem do grego, pan - que significa todo/toda, e africanismo, termo que refere-se aos elementos africanos como pessoas, continente, nações e tudo que é originário da África. Marcus Garvey, William Edward Burghardt Du Bois e Henry Sylvester Williams são os nomes de alguns dos idealizadores do movimento.

O AUTOR

Além de ser um dos maiores expoentes da cultura preta no Brasil e no mundo, Abdias Nascimento (1914-2011) foi o maior militante pan-africano do país. Nascido no interior de São Paulo, na cidade de Franca, foi também poeta, ator, escritor, dramaturgo, artista plástico, professor universitário e político, pelo Partido Democrático Trabalhista. 

Abdias foi indicado ao prêmio Nobel da Paz por duas vezes, em 1978 e em 2010. Recebeu os prêmios Unesco de Direitos Humanos e Cultura de Paz, em 2001. Em 2004, ganhou o Toussaint-Louverture, pela importância do conjunto de sua obra intelectual e político-ativista. 


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