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Vitrine / Crimes

Wolfgang Přiklopil: o que aconteceu com o homem que deixou uma menina trancada durante 8 anos

Dentro de um porão, o sequestrador obrigou Natascha Kampusch a realizar trabalhos domésticos e manter relações sexuais com ele

Victória Gearini Publicado em 29/07/2020, às 19h30 - Atualizado às 21h00

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Wolfgang Přiklopil, sequestrador de Natascha Kampusch - Wikimedia Commons
Wolfgang Přiklopil, sequestrador de Natascha Kampusch - Wikimedia Commons

A história do sequestro de Natascha Kampusch foi amplamente divulgada pela mídia e serviu de inspiração para diversas produções cinematográficas e literárias. Com apenas 10 anos de idade, a garota austríaca foi sequestrada em 1998, por Wolfgang Přiklopil e permaneceu em cárcere privado durante oito anos. 

O caso de Kampusch ficou conhecido internacionalmente, quando a vítima escreveu a obra 3.096 Days (2010), baseada em sua vida, que mais tarde serviu de inspiração para outras produções. 

O crime 

Na manhã do dia 2 de março de 1998, Kampusch, na época com 10 anos, desapareceu durante o trajeto à escola. Přiklopil a sequestrou e manteve-a como refém durante oito anos, enquanto a obrigava trabalhar para ele e a estuprava frequentemente. 

Por quase uma década, a garota foi abusada psicologicamente e fisicamente por Přiklopil, até que em 23 de agosto de 2006, aos 18 anos, Kampusch conseguiu fugir. No início daquela tarde, enquanto limpava o automóvel de Přiklopil, ele recebeu uma ligação. No momento que se distraiu, a garota viu a oportunidade de escapar.

A vítima percorreu cerca de 200 m até conseguir contratar um vizinho que chamou imediatamente a polícia. Wolfgang Přiklopil, no entanto, não conseguiu ser preso, nem responder pelo crime.

Quem foi Wolfgang Přiklopil?

Nascido em 14 de maio de 1962, em Viena, Wolfgang Přiklopil era filho único e de origem tcheca. Seu pai era comerciante de conhaque, sua mãe trabalhava como vendedora de calçados. Já na fase adulta, Přiklopil trabalhou como técnico de comunicações na Siemens.

Assim que Kampusch fugiu, Přiklopil soube que a polícia viria atrás dele, e preferiu tirar a própria vida do que responder pelo brutal crime. No mesmo dia da fuga da jovem, Přiklopil partiu em direção à estação Wien Nord em Viena, onde pulou na frente de um trem.

Quando a polícia chegou na residência do sequestrador, encontraram dificuldade em acessar o seu computador, pois tratava-se de um Commodore 64 da década de 80, sendo incompatível com os programas de 2006. As autoridades alegaram, ainda, que antes de Kampusch escapar, Přiklopil planejava fugir com a garota, por meio de documentos falsos como cidadão tcheco.

Um dos motivos da casa de Přiklopil ser altamente protegida e possuir um abrigo antiaéreo se deu pelo fato de ter sido construída pelo avô de Přiklopil, Oskar Přiklopil, após a Segunda Guerra Mundial. Com o avanço da Guerra Fria, o patriarca construiu um refúgio altamente equipado.

Após a morte de seu avô, o sequestrador herdou o imóvel, em 1984. Em decorrência da morte Přiklopil, Kampusch se tornou a nova proprietária da residência, como forma de manter as memórias dos anos da sua formação. 

A vida após o sequestro 

Na época, o caso foi amplamente divulgado pela mídia, e alguns jornais sugeriram que Kampusch sofria de síndrome de Estocolmo. A afirmação foi refutada pela vítima, que disse considerou uma falta de respeito e irresponsabilidade relacionarem seu nome a este termo.  

Posteriormente foi entrevistada por inúmeros veículos jornalísticos e publicou, ainda, a obra 3.096 Days, em 2010. Já em fevereiro 2013, o filme alemão baseado em seu livro, foi lançado nos cinemas, sob a direção de Sherry Hormann. 


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