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Primeira "tia" ensinava bordado

A professora Branca Dias abriu sua própria escola em Pernambuco

Bruna Nicolielo Publicado em 17/06/2009, às 07h21 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

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Aventuras na História - Arquivo Aventuras
Aventuras na História - Arquivo Aventuras

No Brasil do século 16, os homens bem-sucedidos tinham que, pelo menos, saber ler. Para as mulheres, o importante era costurar e bordar. É possível que muitas senhoras  transmitissem seus conhecimentos para as mais jovens. Graças à Inquisição, uma delas entrou para a História como nossa primeira professora. Seu nome é Branca Dias.

Nascida em Portugal em 1515, Branca era judia convertida ao cristianismo. Mesmo assim, foi denunciada à Igreja e passou dois anos na cadeia. Depois de solta, mudou-se para Olinda, em Pernambuco, onde criou uma escola de prendas domésticas. Ali lecionou até falecer, em 1558. Em 1593, a Inquisição abriu um processo póstumo, com base na denúncia  e cinco alunas que acusavam a mestra de praticar judaísmo. Foi graças à investigação que o ofício de Branca ficou documentado.

Família na escola
Apelido para as mestras surgiu no século 19

Atire o primeiro giz quem nunca chamou uma professora de "tia". Para muitos pesquisadores, a expressão foi inventada para aproximar as professoras das crianças. "No imaginário dos pequenos, a tia pode ser a substituta da mãe", afirma o filólogo Bruno Basseto, professor da USP.

"O termo se popularizou com a difusão da pré-escola, no século 19", diz Gabriel Perissé, doutor em Filosofia da Educação. Os jardins-de-infância públicos surgiram a partir de1895, começando por São Paulo. Nessa época, o país passou a ter mais mestres mulheres que homens, por um motivo: pouco depois da proclamação da República, o governo criou muitas escolas de formação de professores. As novas vagas fizeram do magistério uma alternativa aos trabalhos femininos de menor prestígio, como os de lavadeira e parteira.

LIÇÕES DE VIDA
Outras "tias" brasileiras também fizeram história

BENEDITA TRINDADE
Para se tornar a primeira professora pública paulista, em 1828, precisou de um atestado de honestidade.

ANA JOAQUINA BONATTI
Mestra de meninas desde 1848, em 1862 assumiu a direção da Escola Normal, em Salvador

ESTHER DE FIGUEIREDO
Na década de 50 do século 20, foi primeira mulher a dar aulas na Faculdade de Direito da USP.