Imagem meramente ilustrativa de pirâmide maia - Foto por Flavio Moura pelo Pixabay
Maias

Antigas cidades maias sofriam com poluição por mercúrio; entenda

Segundo pesquisadores, civilização maia usava tintas e pós feitos à base de mercúrio

Éric Moreira Publicado em 26/09/2022, às 15h48

Abaixo do solo dos territórios onde, no passado, ficava a grandiosa civilização maia — mais especificamente, na região da Mesoamérica, composta pelos territórios do sul do México e países próximos —, arqueólogos encontraram vestígios de poluição causada por mercúrio em grandes concentrações.

De acordo com os pesquisadores, a contaminação é tão intensa que, mesmo mais de mil anos depois de causada, ainda representa risco à saúde. 

Duncan Cook, professor de geografia da Universidade Católica Australiana, por sua vez, explica em um comunicado que a contaminação por mercúrio é relativamente comum em regiões urbanas atuais e áreas industriais. Logo, encontrar o tóxico metal em sedimentos das antigas cidades maias veio a surpreender os pesquisadores.

Segundo os autores do estudo, que foi publicado na Frontiers in Environmental Science, a poluição ambienta foi uma consequência do uso do metal para diversos fins decorativos na época em que a civilização maia estava em seu auge, além de outros fins cerimoniais — por isso, diversos vasos contendo o metal líquido foram encontrados em diferentes locais, como Guatemala, Honduras e México.

Fotografia de pirâmide maia em sítio histórico na Guatemala / Crédito: Foto por sisterlmonkey0 pelo Pixabay

 

Contaminação

Além dos recipientes contendo mercúrio, também foram encontrados alguns objetos pintados com tintas com o metal em sua composição, feitas principalmente do mineral cinábrio — um sulfeto de mercúrio —, utilizado para criar um pigmento avermelhado.

Com isso, os pesquisadores puderam concluir que, com o processo de lixiviação — quando os nutrientes são carregados pela chuva para o interior do solo —, tintas e pós contendo cinábrio e mercúrio se espalharam pelo solo e água das regiões.

Cristal de cinábrio / Crédito: Foto por JJ Harrison pelo Wikimedia Commons

 

As concentrações de mercúrio variam de 0,016 ppm (parte por milhão), em Actuncan, Belize, e vão até 17,16 ppm em Tikal, na Guatemala — sendo o limite ideal para a concentração do metal de apenas 1 ppm. Visto isso, é notável contaminação por mercúrio em todos os lugares, exceto Chan b'i, em também em Belize.

Toda essa poluição ambiental representava um grande perigo à saúde da civilização maia, como informado pela Revista Galileu, visto os impactos que o mercúrio podem gerar na saúde de uma pessoa contamina — como problemas nos rins, fígado e sistema nervoso central, o que pode provocar tremores, deficiência visual e auditiva, paralisia e problemas de saúde mental.

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