A Caverna de Shanidar, possível cemitério neandertal - Graeme Barker
Arqueologia

Arqueólogos encontram possível cemitério neandertal

Restos mortais com mais de 70 mil anos, descobertos em caverna no Iraque, indicam complexo enterro com flores

Pamela Malva Publicado em 25/02/2020, às 12h30

Explorações iniciadas há 70 anos trouxeram novidades para estudiosos modernos. A partir de restos humanos encontrados no Curdistão iraquiano, arqueólogos sugerem que os neandertais eram mais complexos do que pensávamos.

Isso porque, anos depois da primeira descoberta, cientistas identificaram certos indícios que caracterizariam um ritual funerário. Na caverna, descoberta em meados de 1950, ossos humanos estavam envoltos em uma camada de pólen.

Segundo os cientistas das universidades de Cambridge, Birkbeck e Liverpool John Moores, a presença do pólen indica um possível enterro com flores, usadas em forma de homenagem. Uma prática bastante avançada para uma civilização que, até então, era considerada estúpida e animalesca pelos estudiosos.

A Caverna de Shanidar foi explorada pela primeira vez por Ralph Solecki, que encontrou restos parciais de 10 homens, mulheres e crianças neandertais. Alguns dos ossos estavam agrupados e também apresentavam resquícios de pólen.

Mão de indivíduo neandertal encontrada na caverna / Crédito: Graeme Barker

Décadas depois, os estudiosos das universidades revisitaram a caverna, com instrumentos de ponta, a procura de mais indícios. Encontraram, então, mais um indivíduo neandertal, que recebeu o nome de Shanidar Z — o primeiro esqueleto articulado dessa espécie a ser descoberto em 20 anos.

As novas escavações ergueram muitas dúvidas que estão sendo respondidas, em partes, pelos estudiosos modernos. Já é sabido que os restos têm mais de 70 mil anos, e que o mais recente encontrado pertencia à um adulto de meia-idade. O gênero do indivíduo ainda não foi identificado.

É difícil, entretanto, determinar o período da morte dos neandertais encontrados na caverna. Bem como saber se todos os indivíduos morreram juntos, ou se foram enterrados com semanas, décadas ou séculos de diferença.

Os arqueólogos ainda buscam entender se a região da caverna operava como um ponto fixo onde os mortos eram enterrados. Como outro sete corpos foram encontrados recentemente e alguns deles estavam agrupados, é possível que Shanidar funcionasse como um cemitério.

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