Em muitas cavernas, de diferentes lugares, as pinturas retratam pessoas com as mãos mutiladas. Novo estudo sugere uma explicação literal
Mariana Ribas Publicado em 05/12/2018, às 11h42 - Atualizado às 16h55
Desenhos de mãos são comuns nas pinturas paleolíticas europeias de 27 mil anos atrás. Mas o que deixa os arqueólogos inquietos é que algumas dessas mãos apresentam sinais de mutilação dos dedos. Afinal, esses povos se mutilavam ou não? Essa é uma pergunta que os pesquisadores se fazem há décadas. A resposta mais comum é: os dedos omitidos tinham uma motivação simbólica, talvez representassem até mesmo uma espécie de linguagem em código. Para alcançar esse efeito, bastaria dobrar o dedo na hora de desenhar.
Um novo artigo alega que pode ser verdade que os artistas da época cortassem, sim, os dedos. Para chegar a essa conclusão, Brea McCauley, arqueóloga da Universidade Simon Fraser, da Colúmbia Britânica, identificou, em 121 diferentes culturas antigas, a prática de mutilação das mãos por motivos religiosos. "Ficou claro que essa é uma prática muito difundida, mais do que qualquer um já discutiu no passado. Está em todos os continentes”, ela alega.
Essa prática, aliás, já foi identificada em períodos mais recentes. No século 19, em tribos da África do Sul, era comum cortar um dedo para cada filho que morria. Já os aborígenes da Austrália cortavam os dedos das crianças para indicar que elas seriam pescadoras.
Um arqueólogo da Universidade de Durham, Paul Pettitt, discorda do argumento. "Etnograficamente, se ocorrerem amputações, elas normalmente são do dedo mindinho: seria idiota amputar mais", ele comentou em entrevista ao portal Live Science.
A polêmica parece longe de acabar.
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