Anne Frank na escola, por volta de 1940 - Wikimedia Commons
Personagem

Livro sobre suposto traidor de Anne Frank é retirado de livrarias na Holanda

Obra foi considerada controversa desde o lançamento

Redação Publicado em 24/03/2022, às 14h09

Apenas dois meses após o lançamento do instigante livro “Quem traiu Anne Frank?: A investigação definitiva sobre a morte da autora do diário mais famoso do mundo”, a editora holandesa responsável pela obra decidiu retirá-lo de circulação. 

Decisão foi tomada após a publicação de um relatório que levantava uma série de críticas à investigação policial na qual o livro foi baseado. O artigo, que contou com a autoria de cinco historiadores de renome da Holanda, foi divulgado na última terça-feira, 22.

Com base nas conclusões deste relatório, decidimos que, com efeito imediato, o livro não estará mais disponível. Apelaremos às livrarias para que devolvam o seu estoque. Gostaríamos mais uma vez de oferecer nossas sinceras desculpas a todos que se sentiram ofendidos com o conteúdo deste livro", afirmou a editora Ambo Anthos através de um comunicado em seu site oficial

Entenda o contexto

"Quem traiu Anne Frank?", que foi escrito por Rosemary Sullivan, se dedicava a compilar as conclusões de uma investigação conduzida em 2016 por Vince Pankoke, um membro do FBI aposentado, repercutiu o The Guardian. 

O traidor apontado pelo trabalho do já falecido oficial foi Arnold van den Bergh, um proeminente judeu holandês. Ele teria durado o esconderijo da família de Anne Frank à polícia nazista para a proteção dele mesmo e dos seus, de acordo com a obra, que enfatiza que os verdadeiros culpados da triste situação são, na verdade, os nazistas. 

A despeito disso, diversas instituições dedicadas à memória das vítimas do Holocausto manifestaram sua oposição à existência do livro. 

O relatório que motivou o interrompimento definitivo das vendas da obra apontou que as evidências encontradas por Pankoke não eram fortes o suficiente para que "uma acusação tão séria" fosse feita. O fato, afinal, também inevitavelmente colocou o já falecido Arnold van den Bergh e seus descendentes sob escrutínio público. 

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