A técnica da cultura Tashtyk surpreende pela tentativa de manter o rosto intacto apesar de um possível choque em batalha
Wallacy Ferrari Publicado em 15/07/2020, às 13h23
O crânio de um homem Tashtyk, enterrado com uma máscara mortuária há 1.700 anos no cemitério de Oglakhty, na Rússia, passou por um cuidadoso processo de escaneamento digital para identificar o rosto por trás do objeto funerário.
Para a surpresa da equipe, não somente foi possível visualizar as características do homem, que morreu com aproximadamente 25 e 30 anos, mas surpreendeu a equipe por uma alteração.
Na tomografia, foi possível concluir que o homem tinha cabelos castanhos, mandíbulas robustas e uma grande cicatriz diagonal no rosto, costurada após a morte. A cirurgia teria sido feita para refazer o rosto do rapaz, de maneira que fosse possível moldar sua máscara mortuária com perfeição, respeitando seus traços.
Os pesquisadores acreditam que o rosto ficou desfigurado após uma ferida com um artefato grande — provavelmente uma lança ou espada — que possivelmente causou sua morte. Com a alteração, os especialistas funerários na época tiveram de reconstruir a face de maneira que ainda apresentasse semelhança ao rosto antes do golpe.
Em entrevista ao The Siberian Times, a dra. Svetlana Pankova, curadora do State Hermitage Museum, São Petersburgo e detentora da coleção siberiana de Departamento de Arqueologia, explicou que o processo foi feito em um aparelho de tomografia idêntico aos de hospitais e com a digitalização em 3D, também foi possível identificar um segundo golpe na lateral do crânio, formando um orifício com aproximadamente 7 centímetros de diâmetro.
De acordo com Pankova, o ritual funerário para os tashtyk era extremamente importante e tratado com perfeccionismo: “Eles não podiam simplesmente colocar uma máscara no rosto desfigurado”, acrescentou a pesquisadora.
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