Os veículos de comunicação chineses utilizam-se de linguagem vaga, evitando o termo "guerra" e chamando a invasão de "operação militar especial"
Redação Publicado em 14/03/2022, às 13h57
A mídia oficial chinesa tem apresentado sua própria versão da guerra na Ucrânia, baseando-se, em grande parte, na narrativa russa do conflito, que teve início no dia 24 de fevereiro. Ao mesmo tempo, manifestações contrárias à Rússia estão sendo censuradas no país.
Quando o presidente Vladimir Putin anunciou o ataque ao território vizinho, a agência de notícias estatal Xinhua utilizou-se da mesma linguagem do Kremlin, optando por chamar a invasão de "operação militar especial". Também é importante destacar que a China vem atribuindo o conflito aos países ocidentais e à "expansão" da Otan.
Segundo declarou Justyna Szczudlik, especialista em China do Instituto Polonês de Assuntos Internacionais, à AFP, "a China usa intencionalmente uma linguagem muito vaga". Ela explica que, desta forma, Pequim busca não se voltar contra seus parceiros comerciais na Europa.
Segundo informou a AFP, uma diretriz oficial que acabou sendo vazada pede que conteúdos desfavoráveis à Rússia não sejam divulgados.
Foi por essa determinação que uma fala que condenava a guerra acabou não sendo traduzida na televisão chinesa durante a abertura dos Jogos Paralímpicos de Pequim. A censura também está presente nas redes sociais, sendo que publicações pró-Ucrânia são bloqueadas.
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