Imagem meramente ilustrativa - Divulgação/ Pixabay/ dustinthewind
Ciência

Nova variante do Ebola é encontrada em morcegos

Segundo cientistas dos Estados Unidos, o vírus do Bombali pode ser transferido de animais para humanos. Entenda!

Redação Publicado em 02/03/2022, às 14h00

Em 2014, um surto de Ebola surpreendeu o mundo, matando milhares de pessoas na África Ocidental. Agora, cientistas dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos encontraram um novo tipo de ebolavirus, o chamado Bombali.

Segundo informações do Globo, a descoberta da enfermidade — que saltaria de animais para humanos — foi publicada na revista científica Cell Press. Nesse sentido, o estudo que identificou a doença ainda está em fase de revisão por pares.

É importante pontuar que, para os estudiosos, o Bombali é bastante preocupante porque, ao ter sido identificado em morcegos, pode ser classificado como uma doença zoonótica — tipo de enfermidade possivelmente transferida de animais para humanos.

No total, existem seis diferentes espécies de ebolavirus no mundo, sendo que a mais conhecida delas é o próprio Ebola — que, há 40 anos, vem provocando surtos letais, quando em grande escala, em países das Áfricas Oriental e Central.

Diante da letalidade do Ebola, inclusive, cientistas dos CDC analisaram o novo Bombali para identificar quais são suas semelhanças com a outra doença. O primeiro passo, nesse sentido, foi verificar se a nova espécie realmente pode infectar humanos.

Dessa forma, constatou-se que, de fato, o vírus da Bombali "infectou células humanas e macrófagos humanos primários", sendo capaz de "entrar eficientemente nas células", através do mesmo mecanismo usado por outras variantes do ebolavirus.

Durante o estudo, os pesquisadores também tentaram compreender como o Bombali responderia aos tratamentos disponíveis contra o Ebola. Segundo O Globo, dois deles foram testados: o medicamento remdesivir, um antiviral de amplo espectro, e as chamadas terapias de anticorpos monoclonais.

O mais bem sucedido dos tratamentos foi o que utiliza o remédio remdesivir. De acordo com os estudiosos, o antiviral, ao ser aplicado na mesma dosagem que contra o Ebola, ajudou a suprimir a replicação do vírus e a prevenir a infecção pelo Bombali.

As terapias de anticorpos monoclonais, no entanto, não tiveram uma resposta tão eficaz. Contando com estruturas diferentes do vírus do Ebola, o Bombali teve variações suficientes para invalidar algumas das terapias e, assim, muitas mostraram-se inúteis.

Por fim, é importante pontuar que, embora os estudiosos ainda não tenham verificado o real impacto do vírus do Bombali nos humanos, é interessante saber quais tratamentos combatem a doença para que, no futuro, tenhamos as ferramentas necessárias para frear um possível desenvolvimento da enfermidade.

ciência Estados Unidos doença estudo notícia Morcegos ebola

Leia também

A saga do Mausoléu de Halicarnasso, uma das sete maravilhas do mundo antigo


Pesquisadores recriam em 3D rosto de mulher neandertal de 75 mil anos atrás


Maldição por trás da abertura da tumba de Tutancâmon é desvendada


Pesquisadores relacionam descobertas na Cidade de Davi a evento bíblico


Mistério mesopotâmico de 2,7 mil anos pode ter sido desvendado


Arte original de capa do primeiro 'Harry Potter' será leiloada