O presidente português Marcelo Rebelo de Sousa - Getty Images
Portugal

Portugal tem que pagar custos de escravidão e crimes coloniais, diz presidente português

O presidente português reconheceu, nesta terça-feira, 24, a responsabilidade de seu país pelos crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial

Giovanna Gomes Publicado em 24/04/2024, às 10h06

O presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, reconheceu, nesta terça-feira, 24, a responsabilidade de Portugal pelos crimes cometidos durante a escravidão transatlântica e a era colonial, e destacou a necessidade de considerar reparos.

Ao menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, submetidos a transporte forçado por longas distâncias, predominantemente em navios operados por comerciantes europeus, e vendidos como escravos durante mais de quatro séculos. Aqueles que sobreviviam à travessia eram enviados às plantações nas Américas, especialmente no Brasil e no Caribe.

Responsabilidade

Conforme destacou a agência Reuters, Portugal foi responsável pelo tráfico de quase 6 milhões de africanos, muito mais do que qualquer outra nação europeia.

Até o momento, no entanto, o país não enfrentou integralmente seu passado e pouco se ensina sobre seu papel na escravidão transatlântica nas escolas.

Em contrapartida, a era colonial portuguesa, que subjugou países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste e partes da Índia, é frequentemente glorificada.

Declaração do presidente

Durante um evento com correspondentes estrangeiros na terça-feira à noite, Rebelo de Sousa declarou que Portugal "assume total responsabilidade" pelos erros passados e reconheceu os "custos" desses crimes, incluindo os massacres coloniais.

"Temos que pagar os custos", disse o chefe de Estado, segundo a Reuters "Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso."

A ideia de reparação pela escravidão transatlântica tem ganhado impulso globalmente, incluindo iniciativas para estabelecer um tribunal especial sobre o assunto. Ativistas argumentam que reparos e políticas públicas para enfrentar as desigualdades decorrentes do passado de Portugal, incluindo o racismo sistêmico, são fundamentais.

Portugal presidente Marcelo Rebelo de Sousa era colonial

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