Imagem colorida do "vírus vampiro" - Tagide deCarvalho
Vírus

'Vírus vampiro' é visto grudado no ‘pescoço’ de outro vírus, aponta estudo

Análise em bacteriófagos trouxe descoberta inédita de patógeno; saiba mais!

Fabio Previdelli Publicado em 08/11/2023, às 15h04

Pela primeira vez, cientistas constataram a existência de "vírus vampiro" — patógenos que se ligam ao 'pescoço' de outros vírus para se replicarem. Há décadas pesquisadores teorizam sobre vírus que possam atacar outros para se multiplicarem, mas a confirmação só foi feita em artigo publicado no periódico Journal of the International Society of Microbial Ecology.

No estudo, uma equipe da Universidade de Maryland em Baltimore (UMBC), nos Estados Unidos, analisou imagens em microscopia eletrônica dos chamados bacteriófagos, que são os vírus que infectam células bacterianas.

Desta forma, reporta a Galileu, Tagide deCarvalho, professora da UBMC, observou que 80% dos bacteriófagos auxiliares possuíam vírus satélites em seus 'pescoços'. "Ninguém jamais viu um bacteriófago — ou qualquer outro vírus — ligar-se a outro vírus", apontou.

80% dos bacteriófagos auxiliares possuíam vírus satélites em seus 'pescoços'/ Crédito: Universidade de Maryland em Baltimore (UMBC)

 

Satélite e auxiliar

A relação viral dos dois patógenos é chamada de satélite e auxiliar. Conforme explica Ivan Erill, professor de ciências biológicas da Universidade de Maryland, o vírus satélites precisam dos auxiliares para completar seu ciclo de vida — quando normalmente os vírus normais precisam apenas do organismo hospedeiro.

Como o próprio nome já sugere, esses auxiliares ajudam na construção do material que envolve o material genético (conhecido como cápsula viral) do vírus satélite. Eles também são úteis na replicação de seu DNA. Entretanto, até então, não havia registros da ligação entre um satélite a um auxiliar.

Este satélite tem sintonizado e otimizado o seu genoma para ser associado ao ajudante já faz, eu diria, pelo menos 100 milhões de anos", disse Erill.

Por fim, Elia Mascolo, estudante de pós-graduação no grupo de pesquisa de Erill, além de coautor do estudo, ficou responsável por analisar os genomas do vírus satélite, auxiliar e hospedeiro — o que trouxe pistas nunca antes vistas sobre esta relação viral.

Assim, constatou-se que a grande maioria dos vírus satélites contém um gene que permite que eles se integrem ao material genético da célula hospedeira após entrarem na célula. Isso ajuda na reprodução do satélite. Desta forma, a célula hospedeira também copia o DNA do vírus satélite e o seu próprio e os divide.

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