Até o emérito papa Bento XVI já apoiou a cruzada cristã contra o famoso bruxo da ficção
Flávia Ribeiro Publicado em 07/06/2019, às 08h00
Milhares de mulheres foram queimadas na Europa durante a caça às bruxas conduzida pela Santa Inquisição. Essa instituição da Igreja Católica surgiu no século 13 e passou a perseguir e queimar supostas bruxas e hereges a todo vapor entre os séculos 14 e 18 (o período mais intenso foi entre 1560 e 1680).
No século passado, a Inquisição mudou de nome e passou a ser chamada de Congregação para a Doutrina da Fé. Ninguém mais foi queimado, mas a perseguição não acabou, conforme revelou a socióloga e católica fervorosa alemã Gabriele Kuby.
Ela é autora do livro Harry Potter, o Bem ou o Mal, em que diz que as histórias do jovem mago corrompem os corações dos jovens e ferem sua relação com Deus desde a infância. Kuby contou em seu site que o papa Bento XVI, quando ainda era o cardeal Joseph Ratzinger, em 2003, lhe escreveu uma carta em que comentava: "Obrigado por seu livro instrutivo. É bom que você esclareça sobre Harry Potter, já que suas sutis seduções têm um profundo impacto na fé, sem que se perceba, e desagregam o cristianismo em seu espírito".
O detalhe é que Ratzinger, na época, era o líder da tal Congregação, a ex-Inquisição. O medo da feitiçaria, mesmo que ela seja só ficcional, já fez com que vários cristãos se manifestassem contra a publicação das obras de J.K. Rowling, acusando-a até de satanismo.
No Brasil, revistas religiosas como Eclésia, evangélica, e Catolicismo, editada pela conservadora organização Tradição, Família e Propriedade (TFP), publicaram textos que descrevem Harry Potter como uma ameaça.
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