Registro do episódio - Reprodução/ Youtube/Programa SC no Ar
Furacão

Mortos e desabrigados: Em 2004, fenômeno causou estragos em Santa Catarina e Rio Grande do Sul

Episódio ocorrido há 18 anos foi responsável por verdadeiros estragos no Brasil

Redação Publicado em 17/05/2022, às 19h29

Em 27 de março de 2004, um fenômeno meterológico assustou os brasileiros. Com rajadas que superavam os 180 km/h, conforme repercutido pelo Correio do Povo, um fenômeno atingiu Santa Catarina e Rio Grande do Sul. 

Como resultado do episódio naquele ano, mais de 27 mil pessoas ficaram desalojadas. Quanto ao número de residências devastadas pelo fenômeno, 1,5 mil foram destruídas. Já em número de mortos e feridos, onze pessoas faleceram e 518 ficaram feridas. 

O veículo também explica que como resultado, 14 municípios do Rio Grande do Sul tiveram que decretar estado de calamidade pública. Na época, conforme relembrado pela meteorologista Gilsânia Cruz, que teve fala repercutida pelo NDMais em 2021, a situação não foi levada a sério antes de realmente ganhar força e resultar em estragos. 

“A gente esperava que fosse algo fora do comum. Fora do normal que a gente conhecia. E que, sim, seria com prejuízos, com transtornos e riscos de morte por conta disso. Centros nacionais levaram a coisa como algo muito pequeno. Afirmaram que os ventos não passariam dos 60 km por hora. Que não era motivo para nenhum tipo de alarde”, disse a meteorologista Gilsânia Cruz, conforme repercutido pelo NDMais em 2021. 

Furacão ou ciclone? 

Em nota publicada em 30 de março de 2004, o Inpe e o Inmet falaram sobre o fato do episódio ter sido repercutido como um 'furacão', o que seria incorreto.  

"O sistema que atingiu Santa Catarina neste fim desemana não foi um furacão. Furacão é um fenômeno que se forma nas águas quentes (temperatura maior que 27°C) dos oceanos tropicais, apresentando temperaturas altas no seu interior e ventos girando em sentidos opostos nos níveis próximos à superfície e em níveis altos, ou seja, cerca de 12 km de altura. O fenômeno que atingiu o litoral de Santa Catarina é um ciclone, fenômeno que apresenta temperaturas baixas no seu interior e ventos girando no mesmo sentido desde a superfície até os altos níveis. O processo de formação do furacão é diferente do processo de formação do ciclone observado. A partir do momento em que apareceu o olho do ciclone e as bandas de nuvens em rotação, surgiu a especulação de que poderia ser um furacão. Na sua fase final de decaimento, de fato, o sistema perdeu seu núcleo frio e passou a apresentar rotação no sentido contrário em altos níveis. Portanto, pode ser concluído que se tratou de um sistema com características híbridas, que deverá ser estudado e analisado com maior profundidade no futuro pelas equipes dos centros meteorológicos". 

E como se formou?

A nota também explicou como o fenômeno ganhou forma e a intensidade quando ocorreu. 

"Observado durante o fim de semana na costa de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul foi acompanhado pelos centros meteorológicos desde o dia 24, quando uma pequena área de instabilidade atmosférica formou-se a cerca de 1000 km da costa de Santa Catarina, começando a configurar-se com uma circulação ciclônica. Inicialmente, as nuvens na imagem de satélite tinham o formato de uma vírgula invertida, com muita chuva. Os ventos já começavam a ter um giro no sentido dos ponteiros do relógio, típico de um ciclone. Gradualmente, as nuvens passaram a adquirir o formato circular e na tarde da quinta-feira já aparecia o 'olho', ou seja, uma região sem nuvens. Durante a sexta-feira o ciclone passou a intensificar-se e deslocar-se a 20 km/h aproximadamente na direção do continente. Ventos medidos nas proximidades por navios chegavam a 70-90 km/h. As previsões numéricas indicavam que o ciclone continuaria em direção à costa da Região Sul do país com uma incerteza em relação ao local onde haveria o impacto maior. Os primeiros alertas para a Defesa Civil Nacional foram emitidos na noite da sexta-feira", diz parte do comunicado.

"Durante o sábado, as imagens de satélite indicavam que as nuvens do ciclone estavam perdendo força e os ventos no mar indicavam velocidades moderadas de aproximadamente 60 km/h. O alerta foi mantido. As previsões indicavam o enfraquecimento do ciclone, porém com a ressalva de que, ao atingir a região costeira, poderia ocorrer intensificação localizada. A região a ser atingida seria desde Florianópolis até o norte do Rio Grande do Sul. "Durante a noite do sábado as primeiras bandas de nuvens atingiram a costa e ocorreu intensificação do sistema na região da Serra Geral Gaúcha e Catarinense. Os ventos do ciclone, ao atingirem a Serra Geral, induziram a intensificação das nuvens que por sua vez favoreceram a ocorrência de ventos fortes em várias localidades", explicaram trechos divulgados na época.

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