Após derrota em Waterloo, estadista francês foi obrigado a fugir de sua terra natal — onde só retornou quase duas décadas depois de sua morte
Alana Sousa / Atualizado por Fabio Previdelli Publicado em 25/05/2019, às 06h00 - Atualizado em 15/10/2021, às 06h00
No dia 13 de março de 1815, Inglaterra, Prússia, Rússia e Áustria — que estavam reunidas no Congresso de Viena — declararam oficialmente que Napoleão Bonaparte era "inimigo e perturbador da tranquilidade do mundo".
Após sua derrota em Waterloo, em junho de 1815, Napoleão foi forçado a fugir da França em alto mar. O imperador considerou ir para a América, mas se rendeu aos britânicos por pensar que receberia um tratamento mais adequado.
Bonaparte imaginou que seu asilo seria em uma parte rural da Inglaterra, mas as autoridades britânicas o consideravam um perigo, enviaram-no então para a Ilha de Santa Helena.
Parte da carta escrita para o governador de Santa Helena alertava “à alta importância de assegurar eficazmente a pessoa de um homem cuja conduta se provou tão fatal para a felicidade do mundo”.
A Ilha é parte do território britânico, localizada praticamente no meio da imensidão azul do Atlântico Sul cercada por rochas pontudas e penhascos. Não havia terra plana, mas uma abundância de vento que varria a água ao redor.
O navio que levava Napoleão para a ilha chegou em 15 de outubro de 1815, porém não conseguiu desembarcar até a noite de 17 de outubro por conta das más condições climáticas.
Passou um dia no vale de Jamestown. O conde de Montholon, que acompanhou o imperador no exílio, escreveu na época: “O vale de Jamestown parecia uma entrada para as regiões infernais... nada era visto a não ser fileiras de canhões e penhascos negros, construídos como se por uma mão de demônio para ligar os picos rochosos”.
Depois da terrível primeira noite na ilha, Napoleão conseguiu abrigo na casa da família Balcombe. Precisou esperar sete semanas para que uma casa de verão ficasse disponível para ele.
Os dois primeiros meses de exílio em Longwood House foram tranquilos: o imperador aparentava estar com boa saúde, recebia visitantes importantes, realizava caminhadas, andava a cavalo e não precisou receber nenhuma grande festa como nos velhos tempos.
Entretanto, Hudson Lowe, o novo governador, chegou e restringiu as regras cotidianas. Lowe mandou embora Las Cases, assessor do estadista, acusando-o de lealdade ao líder francês.
O novo governador começou a controlar a liberdade do exilado, examinou as visitas, monitorou as correspondências e exigiu que um oficial britânico sempre estivesse presente durante os passeios de cavalo.
Mesmo tendo se encontrado com o chefe da ilha apenas seis vezes, mais tarde Napoleão escreveria: “Você é um flagelo maior do que todas as misérias desta rocha terrível!”.
Nos anos que se seguiram Bonaparte contou que o café era a única coisa boa sobre Santa Helena. A ilha, um paraíso para poucos turistas de hoje, era um purgatório e sinal de isolamento para os exilados.
O imperador nunca deixou o local vivo. Morreu, em 1821, supostamente de câncer de estômago, e foi enterrado em um túmulo escavado a três metros de profundidade, revestido de tijolos e selado com concreto, em Geranium Valley.
Quase 20 anos se passaram até que os britânicos cederam aos apelos por seus restos mortais para serem levados para a França. Hoje, ele se encontra em uma grande tumba no coração de Paris e perto do Sena, onde desejava descansar.
O turismo em Santa Helena se dá basicamente por conta da estadia de Napoleão. Um dos hotéis, inclusive, já está esgotado para maio de 2021, o bicentenário de sua morte.
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