Papa Leão X - Wikimedia Commons
Religião

Assassinatos, massacres e estupros: Os piores papas da História

Conheça 10 dos mais infames papas ao longo dos anos

Redação Publicado em 29/12/2019, às 12h00

Papas particularmente ruins praguejaram a Igreja do século 10 ao 16. Nessa época, havia uma enorme promiscuidade entre a política dos nobres e a da Igreja, e pessoas sem qualquer formação religiosa - ou sequer interesse na vida religiosa - podiam chegar ao Trono de Pedro.

A corrupção desses papas seria um dos motivadores da Reforma Protestante. E a Reforma mudaria a dinâmica do poder entre reis e papas, também pondo uma enorme pressão sobre a Igreja Católica, encerrando a era dos escândalos.

10. Alexandre VI (1492-1503)

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Membro da família Bórgia, comprou o título, subornando os cardeais. Foi um investimento: por todo seu papado desviou dinheiro para a família, vendeu posições eclesiásticas, e mandou matar “hereges” para confiscar sua propriedade. Na imaginação popular, ainda hoje "Bórgia" é sinônimo de libertinagem - lenda mais infame é que teria cometido incesto com a própria filha. Mas foi também um grande patrono das artes e aceitou em Roma os judeus expulsos da Espanha em 1492.

9. Urbano VI (1378-1389)

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Seu problema era a falta de diplomacia. Austero e propenso a ataques de fúria, era tão detestado que os cardeais elegeram um segundo papa em seu mandato. Isso deu início ao Cisma do Ocidente, quando o catolicismo teve dois líderes rivais, de 1378 a 1417. Isso causou uma guerra civil em Portugal entre facções que apoiavam papas diferentes. Sua "solução" foi mandar torturar os cardeais que o rejeitaram, reclamando que não ouvia gritos o suficiente.

8. Leão X (1513-1521)

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Na inauguração de seu mandato, ele mandou pintar um menino em ouro e fazê-lo desfilar em Roma, anunciando uma nova "Era Dourada". A criança morreu, mas a festa continuou. Esse seria seu crime: a ostentação.

Da família Médici, foi criado desde criança para a carreira religiosa, e não parece ter passado por escândalos sexuais. Mas arruinou os cofres da Igreja com sua gastança em arte e arquitetura. O que levou à ideia de cobrar indulgências, pedir dinheiro para absolver os pecados, revoltando certo monge alemão chamado Martinho Lutero. O papa finório nem se incomodou em defender a Igreja do ataque, e o cristianismo seria dividido até hoje.

7. Bonifácio VIII (1294-1303)

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Declarou o poder absoluto do pontífice sobre todos os outros governantes. Com seu exército, saqueou e queimou a cidade de Palestrina em 1298, fazendo 6 mil mortos. Foi deposto militarmente pelos franceses.

Curiosamente para quem queria o papa como imperador do mundo, parece que não acreditava em Deus. Segundo o historiador britânico John McCabe, ele teria afirmado diante de bispos, arcebispos e um rei: "Nunca existiu jesus e a hóstia é só água e farinha. Maria não era mais virgem que minha própria mãe e não existe mais problema em adultério que em esfregar uma mão na outra".

6. Clemente VII (1523-1534)

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Outro com tara por guerra. Membro da família Médici, suas maquinações políticas levaram à Guerra da Liga de Cognac, em que franceses e italianos enfrentaram espanhóis e alemães. Em 1527, uma tropa alemã-espanhola se amotinou com a falta de pagamento e rumou para Roma, que foi saqueada e arruinada. Com isso, Clemente seria o maior responsável pelo fim da Renascença italiana. 

5. Inocêncio IV (1243-1254)

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Este não foi condenado por seus contemporâneos. Não se envolveu em nenhum escândalo e o que fez era considerado perfeitamente sensato. Mandou confiscar e queimar todos os talmudes, o livro sagrado extra-bíblico dos judeus - mas tentou evitar que eles fossem linchados pelo populacho e exigiu que os cruzados não os massacrassem.

Mas a parte mais influente de seu legado seria a bula Ad Extirpanda, de 1252. Ela autorizou e regulamentou o uso de tortura pela Inquisição. A regra era que não podia haver mortes ou amputações, e que as execuções seriam feitas por autoridades seculares. Estas podiam confiscar a propriedade como ressarcimento pelo serviço prestado. Não é difícil imaginar a que isso levou: condenações por "heresia" por puro interesse econômico.

4. João XII (955-964)

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Num sínodo, em 963, recebeu diversas acusações. Teria fornicado, incluindo com sua sobrinha; estuprado peregrinas; castrado um padre e cegado outro; feito brindes aos deuses e ao diabo. Convocou um sínodo para declarar a si mesmo inocente e mandou mutilar ou matar seus acusadores. Acabou morto por um marido ciumento. 

3. Estêvão VI (896-897)

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Para agradar aliados políticos, mandou escavar o corpo putrefato do seu pré-antecessor, o papa Formoso, e o pôs num trono para que fosse julgado, no que ficou conhecido como Sínodo do Cadáver. Condenado, o corpo teve os dedos cortados, para que todas suas bênçãos fossem consideradas inválidas. Foi enterrado, desenterrado outra vez e atirado ao rio Tibre. O julgamento causou escândalo e o papa foi preso e estrangulado meses depois.

2. Sérgio III (904-911)

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Julgar cadáveres não era suficiente para Sérgio, que mandou executar seus dois antecessores. Mandou desenterrar outra vez o pobre Formoso, anulou novamente todas suas decisões e providenciou um túmulo mais honrado para Estêvão, que havia morrido em desgraça.

Era também um grande festeiro: seu papado foi o início da “pornocracia”, o domínio das prostitutas com que os papas se cercavam. Com uma delas, Sérgio teve um filho, que se tornaria o papa João XI (ausente nesta lista, felizmente).

1. Bento IX (1012 - 1056)

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A razão da pilha de números acima é que o Benedito vendeu seu papado e se arrependeu. O trono papal foi um presente de seu pai, que comprou ou pressionou os cardeais a colocarem ele "na fila". Assumiu pela primeira vez aos 20 anos. Acumulando escândalos e decidido a casar, ofereceu a cadeira a seu padrinho, o padre Giovanni Gratian - ao custo de suas "despesas" com a eleição.

Como o casamento não deu certo, voltou à Roma e conquistou a cidade militarmente. Expulso, faria mais uma vez. Foi acusado de assassinatos, estupros, bestialidade, sodomia... enfim, a ficha-corrida média dos piores papas de seu tempo.


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