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Curiosidades

Mulheres são de Vênus e homens são de Marte: a origem dos símbolos dos gêneros

Nomenclaturas binárias foram criadas pelo sueco Carlos Lineu, no século 18

Victória Gearini Publicado em 20/02/2020, às 19h15

Os símbolos designados aos gêneros binários feminino e masculino remontam ao período da Roma Antiga e passam pela Idade Média. No entanto, foi em 1735, na Suécia, que estes símbolos foram introduzidos na sociedade.

Segundo a mitologia romana, Vênus era a deusa do amor, beleza e harmonia. Já Marte, o deus da guerra, representava a agressão, a força e a impulsividade. Durante a Idade Média, os alquimistas — prática que combina diversos elementos, como Química, Física, Biologia, Medicina, Semiótica, Misticismo, Espiritualismo, entre outros — resgataram esta e outras mitologias para os estudos de metais, planetas e deuses.

Criados pela alquimia, o espelho de Vênus era representado por (♀), enquanto o escudo de Marte por (♂). Ainda neste período, passaram a associar estes deuses a metais, sendo Marte, o ferro, e Vênus, o cobre. 

Por anos, estes símbolos ficaram esquecidos, até que, em 1735, o cientista sueco Carlos Lineu os resgatou. Considerado o primeiro especialista a classificar as espécies, ele propôs uma nomenclatura binomial, a partir de sua observação sobre a reprodução das plantas. 

Carlos Lineu (1707-1778) / Crédito: Wikimedia Commons

 

De acordo com a jornalista Surenda Verma, autora da obra Ideias Geniais: Descobertas por acidente, erros surpreendes e escorregões que mudaram a nossa visão sobre a Ciência, de 2016, Lineu acreditava que as plantas não eram somente sexuadas, mas que também possuíam “maridos” e “esposas”. Tal pensamento é reflexo dos valores sociais do século 18. 

“Se havia na mesma planta flores masculinas e femininas, elas compartilhavam a mesma casa (monoecia), mas não a mesma cama; se estavam em plantas separadas, elas viviam em duas casas (dioecia). Flores hermafroditas (com ambos os órgãos reprodutores masculino e feminino) continham maridos e esposas em uma casa (monoclinia)”, explica a historiadora americana Londa Schiebinger.    

A partir deste pensamento, Lineu passou a nomear as plantas femininas com o símbolo (♀) e as plantas masculinas com (♂). Tal referência influenciou nos moldes que perduram até os dias atuais entre os seres humanos. 


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Ideias geniais: Descobertas por acidente, erros surpreendentes e escorregões que mudaram a nossa visão sobre a Ciência, de Surendra Verma (2016) - https://amzn.to/37Hl7ht

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