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Notícias / Rosa Parks

Na Flórida, editora responsável por livros didáticos retira "raça" da história de Rosa Parks

Medida segue determinação do governador do estado, que proibiu discussões sobre pautas raciais

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 17/03/2023, às 11h50

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A norte-americana Rosa Parks - Wikimedia Commons / National Archives and Administration Records
A norte-americana Rosa Parks - Wikimedia Commons / National Archives and Administration Records

A editora Studies Weekly, responsável for fornecer livros didáticos a 45.000 escolas em todo os EUA, tomou medidas extremas para proteger suas vendas. Conforme apontou o New York Times, a empresa removeu todas as referências a raças, incluindo da história de Rosa Parks, de seu material de estudos.

Como explicou a revista Rolling Stone, atualização é resultado de uma política do governador da Flórida para proibir amplamente o ensino de tópicos que possam estar relacionados à Teoria Crítica da Raça (CRT) e à promoção da diversidade, equidade e inclusão.

Apesar de um juiz ter negado recentemente um pedido do governo da Flórida para bloquear uma liminar contra a lei "Stop-Woke" — isto é, uma lei contra os avanços progressistas — de DeSantis nas faculdades públicas do estado, sua administração rejeitou dezenas de livros de matemática alegando a presença de CRT.

Além disso, em janeiro, a Flórida proibiu o College Board de testar um programa piloto de Colocação Avançada em Estudos Afro-Americanos.

Alterações

Na lição do Studies Weekly usada hoje nas escolas primárias, a segregação é claramente definida: "A lei dizia que os afro-americanos tinham que ceder seus assentos no ônibus se um branco quisesse sentar".

No entanto, na versão inicial criada para revisão da Flórida, a lição dizia: "Ela foi instruída a se mover para um assento diferente por causa da cor da sua pele". Posteriormente, na segunda versão atualizada, a raça foi completamente removida: "Ela foi instruída a se mover para um assento diferente".

Embora de acordo com o New York Times não seja claro qual das versões alternativas foi submetida à revisão do estado, a segunda atualização, que não menciona raça, permaneceu no site da editora até a semana passada.

De acordo com o relatório, a editora também fez "mudanças semelhantes em uma lição de quarto ano sobre leis de segregação que surgiram após a Guerra Civil".

Enquanto uma primeira versão do livro didático para revisão mencionava os afro-americanos e explicava como eles foram afetados pelas leis Jim Crow, a segunda versão excluiu as referências à raça. Nela, é dito simplesmente que era ilegal que "homens de certos grupos" ficassem desempregados, além de que "certos grupos de pessoas" não podiam servir em um júri.

A fonte destaca que, apesar de ter retirado a versão distorcida dos fatos históricos e ter desistido da revisão estadual após questionamentos do New York Times, a editora pode ser incentivada a oferecer outra revisão a fim de evitar perdas de lucro.