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Notícias / Povos indígenas

Garimpo ilegal atinge ao menos 13 mil indígenas

A atividade põe em risco a saúde e o meio ambiente, especialmente entre os povos Kayapó e Munduruku

Eduardo Lima, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 26/01/2023, às 14h52

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Indígenas munduruku em protesto a construção de represa em 2014 - Mario Tama/Getty
Indígenas munduruku em protesto a construção de represa em 2014 - Mario Tama/Getty

Nos últimos dias, o mundo tem visto a crise de saúde entre os Yanomami em choque. Informações do UOL mostram que o garimpo ilegal que levou a essa crise também atinge pelo menos outros 13.161 indígenas que vivem em cinco territórios espalhados pelos estados do Pará e do Amazonas.

O monitoramento realizado pelo Mapbiomas, que é uma iniciativa do Observatório do Clima, indica que os povos Kayapó, Munduruku e Yanomami são, respectivamente, os mais afetados pelo garimpo ilegal e pela exploração clandestina de ouro.

Organizações que atuam na região acreditam que o número total de impactados pelo garimpo criminoso pode ser muito maior do que a cifra apresentada, já que, como explica a antropóloga do Instituto Socioambiental (ISA) Luísa Molina, os impactos são sistêmicos, transbordando só as áreas onde a atividade ilegal acontece. Isso pode acontecer, por exemplo, com a ingestão de peixes contaminados pelo mercúrio usado no garimpo.

Perigos do garimpo 

Dados do Mapbiomas mostram que o garimpo ilegal cresceu muito nos últimos anos. Entre 2010 e 2020, a área de garimpos em terras indígenas cresceu 495%. Em 2021, o território Kayapó concentrava 11.542 hectares de garimpo ilegal. 

Molina argumenta que esse aumento na exploração de ouro ilegal se deve, principalmente, à política ambiental do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A antropóloga do ISA diz, na mesma entrevista ao UOL, que durante o último governo houve um empoderamento dos garimpeiros como categoria.

Entre os impactos do garimpo na saúde dos povos indígenas estão a contaminação com mercúrio, que pode até afetar a fertilidade das mulheres e deixar sequelas em bebês, a disseminação da malária, por causa das bacias de água parada que os garimpeiros deixam para separar o ouro. Outros perigos como doenças de pele, diarreia e vômitos, são frequentemente encontrados entre crianças mundurukus.