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Notícias / Dieta

Habitantes das primeiras cidades europeias tinham dieta à base de grãos

Estudo levou em consideração agricultores da antiga cultura Trypillia, que viveram há mais de 6 mil anos na região que hoje corresponde à Ucrânia e à Moldávia

por Giovanna Gomes

ggomes@caras.com.br

Publicado em 21/12/2023, às 10h51

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O assentamento de Maidanetske em ilustração - Divulgação/Susanne Beyer/Universidade de Kiel e Instituto de Arqueologia Pré-histórica e Proto-histórica
O assentamento de Maidanetske em ilustração - Divulgação/Susanne Beyer/Universidade de Kiel e Instituto de Arqueologia Pré-histórica e Proto-histórica

Os habitantes das primeiras cidades europeias tinham sua alimentação baseada em ervilhas e outros grãos, possibilitando-lhes, em grande parte, dispensar o consumo de carne. Essa é a conclusão de um estudo sobre os agricultores da antiga cultura Trypillia, que habitaram a região que hoje corresponde à Ucrânia e à Moldávia, há mais de 6 mil anos.

O estudo, publicado no periódico Proceedings of the National Academy of Sciences nesta segunda-feira, 18, foi conduzido por especialistas da Universidade de Kiel, na Alemanha, em colaboração com pesquisadores ucranianos e moldavos, conforme informou o portal Galileu.

Os pesquisadores do Centro de Pesquisa Colaborativa da Universidade de Kiel concentram-se atualmente em investigar a dieta dos mega-sítios de Trypillia, que surgiram por volta de 4800 a.C. na estepe florestal ao norte do Mar Negro e abrigavam cerca de 15 mil habitantes. Esses assentamentos eram os maiores do mundo na época, sendo considerados por muitos especialistas as cidades mais antigas da Europa, até mais antigas do que a urbanização na Mesopotâmia.

A vida nos mega-sítios

Os mega-sítios apresentavam bairros com casas de reunião, onde as pessoas participavam de processos de decisão social. Apesar do tamanho considerável dessas comunidades, os pesquisadores exploraram como conseguiram garantir seu sustento com tecnologia neolítica.

"Para responder a essa pergunta, determinamos a composição isotópica de carbono e nitrogênio de centenas de amostras nos últimos 10 anos", afirmou Johannes Müller, arqueólogo e um dos autores do estudo. As amostras incluíram ossos de animais e humanos, e os dados foram complementados com medidas de isótopos em ervilhas carbonizadas e grãos de cereais de amostras de solo de vários assentamentos de Trypillia.

Os resultados indicaram que uma parcela significativa do gado e das ovelhas era mantida em pastagens cercadas, sendo que o esterco era utilizado para fertilizar, especialmente as ervilhas. Além disso, a palha de ervilha era provavelmente usada para alimentar o gado nas pastagens, estabelecendo uma conexão eficaz entre a agricultura e a criação de animais.

Com essa abordagem integrada, as comunidades dos mega-sítios conseguiram manter uma dieta equilibrada em aminoácidos essenciais, eliminando em grande parte a necessidade de uma produção intensiva de carne, que consumia muitos recursos e exigia muito trabalho.

+ Confira aqui o estudo completo.