Paul Rusesabagina, que ajudou 1.200 pessoas a escaparem do genocídio em Ruanda foi preso por críticas ao governo
Isabelly de Lima, sob supervisão de Fabio Previdelli Publicado em 25/03/2023, às 12h02
Paul Rusesabagina, que inspirou o herói do filme ‘Hotel Ruanda’, estava detido há um período de mais de 900 dias por críticas ao governo de Ruanda. Na noite da última sexta-feira, 24, ele foi solto, depois de meses de negociações entre o governo do país e dos Estados Unidos.
Rusesabagina, um cidadão belga, foi transferido para a capital de Ruanda, onde ficará na casa do embaixador do Catar, em Kigali. Um oficial americano afirmou que ele deve permanecer no local por alguns dias antes de viajar para o Catar — país que ajudou a negociar sua libertação — para somente então seguir rumo até os Estados Unidos, país onde mora.
Joe Biden, presidente americano, saudou a libertação dele e classificou como um “final feliz”. Em um comunicado emitido pela Casa Branca, Biden disse: "A família de Paul está ansiosa para recebê-lo de volta aos Estados Unidos e compartilho sua alegria com as boas notícias de hoje".
Em 1994, o ex-gerente de um hotel de luxo em Kigali ajudou 1.200 pessoas a escaparem do genocídio em Ruanda. No mesmo ano, defensores da ideologia extremista Hutu Power tomaram o poder e botaram em prática um plano genocida contra a etnia minoritária tutsi. A história de Paul inspirou o longa ‘Hotel Ruanda’, que foi indicado ao Oscar em 2005.
Hoje com 68 anos, Rusesabagina foi preso por apoiar a rente de Libertação Nacional (FLN), que é um grupo insurgente responsável por ataques em Ruanda entre 2018 e 2019. Os aliados do homem afirmaram que o processo era uma farsa e que seu julgamento estava repleto de irregularidades.
Segundo a Folha de S. Paulo, o julgamento condenou Paul por oito acusações de terrorismo, com sentença inicial de 25 anos de prisão. Os EUA disseram que Rusesabagina foi detido ilegalmente, mas o governo de Ruanda se irritou com as críticas e afirmou que não seria intimidado.
