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Notícias / Desaparecimento

Mulher desaparecida há 30 anos é encontrada em casa de repouso em Porto Rico

Patricia Kopta sumiu após dizer ter recebido visita da Virgem Maria e virado ‘mensageira’ do armagedom nuclear; entenda!

Fabio Previdelli

por Fabio Previdelli

fprevidelli_colab@caras.com.br

Publicado em 08/03/2023, às 13h59

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Patricia Kopta antes do seu desaparecimento - Arquivo Pessoal
Patricia Kopta antes do seu desaparecimento - Arquivo Pessoal

Patricia Koptadesapareceu em 1992. Por mais de três décadas, sua família jamais teve ideia do que aconteceu com a mulher, até que uma reviravolta surpreendente aconteceu nos últimos dias: a mulher foi encontrada a quase 3 mil quilômetros de casa, em uma pousada em Porto Rico. 

Conforme relatado pelo All That Interesting, uma assistente social da casa de repouso identificou Patricia, agora com 83 anos, e chegou até seus familiares. Ainda não está claro como a mulher chegou ao local atual, mas sua história envolve crença religiosa e teorias sobre o fim do mundo. Entenda! 

O sumiço de Patricia

“Você não acreditaria no que passamos”, desabafou o marido de Patricia Kopta, Bob Kopta, ao Pittsburgh Post-Gazette . “É um alívio saber que ela está viva.”

Bob conta que sua esposa sempre foi uma típica suburbana católica romana, pelo menos era no início do casamento. Patricia trabalhava durante a semana em Pittsburgh e aos sábados e domingos frequentava a igreja, além de participar de eventos num salão de dança. 

Com o passar do tempo, porém, Bob passou a perceber um comportamento estranho na mulher, que se tornou mais fervorosa com suas crenças religiosas. Pouco depois, Patricia passou a alegar que a Virgem Maria havia aparecido para ela e descrito um iminente armagedom nuclear

Alguma coisa deve ter acontecido. Alguém a pegou porque ela começou toda essa coisa de 'o mundo vai acabar'”, disse Bob Kopta.

“Ela perdeu o emprego e começou a rondar o centro da cidade. Quando havia um jogo de beisebol acontecendo, quando um show estava acontecendo, ela dizia a todos para irem para casa porque o mundo iria acabar em três dias.”

Bem magra e com um andar errático, Patricia Kopta foi apelidado de ‘A pardal’, se tornando uma figura peculiar e conhecida no centro da cidade, conforme recorda artigo de 1998 do Post–Gazette. 

“A pardal era um elemento fixo no Gateway Center, nas ruas de Oakland, fora do Three Rivers [Stadium] e às vezes no meio da McKnight Road, onde ela se inclinava para as janelas abertas do carro. Nos semáforos, informava motoristas assustados sobre a ira iminente de Deus… Sua ausência tem sido notada cada vez mais na cidade.”

Traços de esquizofrenia

Em meados de 1991 e 1992, Patricia chegou a ser assaltada por um grupo de garotas, que roubaram suas alianças de casamento e noivado. Kopta, aliás, chegou a ter passagens pela polícia, o que a levou ser analisada por médicos, que a descreveram como tendo “delírios de grandeza” e sintomas de esquizofrenia.

Patricia Kopta atualmente/ Crédito: Reprodução

Em um dia em 1992, Bob Kopta voltou para a casa e descobriu que a esposa havia desaparecido. “Ela havia feito declarações a outros familiares de que estava saindo, que estava preocupada em ser internada aqui”, disse o chefe de polícia de Ross Township, Brian Kohlhepp, segundo o The New York Times. 

“Foi difícil para todos nós porque nós — minha mãe, minha irmã e eu — nos preocupávamos constantemente com ela”, disse a irmã mais nova de Kopta, Gloria Smith. Com a falta de pistas, a polícia local chegou a declarar Patricia Kopta legalmente morta. Apesar disso, Bob nunca se casou novamente

O paradeiro

Em 1999, Kopta foi encontrada vagando pelas ruas de Porto Rico por funcionários de uma casa de repouso. A mulher evitava contar aos profissionais detalhes sobre sua vida passada, apenas que havia chego na ilha por meio de um cruzeiro que partiu da Europa — algo que nunca foi confirmado. 

Com a idade, Patricia passou a desenvolver demência e também a revelar mais sobre seu passado. Eventualmente, ela contou “detalhes suficientes sobre sua identidade para que [seus cuidadores] pudessem conectar pontos suficientes para entrar em contato conosco”, disse Kohlhepp.

O chefe de polícia de Ross Township, Brian Kohlhepp em coletiva sobre o caso/ Crédito: Divulgação

Com isso, a polícia de Ross iniciou um processo forense de nove meses para confirmar a identidade da mulher, que contou com esforço das autoridades porto-riquenhas. “[Os dados genéticos] foram processados ​​e revelaram que a mulher em Porto Rico é de fato Patricia Kopta, viva e bem para sua idade e condição avançada”, disse Kohlhepp.

Depois de 30 anos, você tenta esquecer isso”, disse Bob Kopta. “Agora posso esquecer. Nós sabemos o que aconteceu”. 

Tanto Bob Kopta quanto Gloria Smith manifestaram o desejo de trazer Patricia para perto da família, mas seu atual estado de saúde coloca obstáculos nesse momento. A irmã de Patricia, porém, pensa em viajar até Porto Rico, mesmo que ela não a reconheça mais devido à demência

“Ela poderia ter voltado para casa a qualquer momento”, disse Bob Kopta. “Mas... isso é o que ela queria. Ela sempre disse que queria ir para um clima quente.”