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Notícias / Animais

Novo estudo busca origem das trombas nos elefantes

As trombas dos elefantes sempre causam fascínio devido não só à força que possuem, como também a versatilidade, destreza e utilidade para os animais

Redação Publicado em 07/12/2023, às 09h49

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Imagem ilustrativa com um elefante - Foto por kroshka__nastya pelo Freepik
Imagem ilustrativa com um elefante - Foto por kroshka__nastya pelo Freepik

Em meio às incontáveis espécies de animais existentes no planeta Terra, certamente alguns que sempre intrigam são os elefantes. Seja por sua grande inteligência, seu grande tamanho e força ou mesmo pelas peculiaridades que seus corpos possuem, esses animais sempre foram objeto de estudos, principalmente com a intenção de entender como se deu seu processo evolutivo que lhe rendeu características únicas como, por exemplo, suas trombas.

O membro é bastante notório, pois, ao contrário do que muitos podem imaginar, não funciona simplesmente como um nariz alterado para estes animais. Muito pelo contrário, o que mais surpreende é o fato de que os elefantes podem, com as trombas, desde levantar mais de 270 quilos, até manusear com destreza um único amendoim. Isso tudo sem mencionar que é utilizada para pegar objetos e até mesmo água, para levar à boca, e podem chegar a até 2 metros de comprimento e possuir 40 mil músculos.

No entanto, como já mencionado, as condições ambientais e biológicas que levaram os ancestrais dos elefantes a evoluírem com essa característica nunca foi completamente compreendida pela comunidade científica. Até porque seus tecidos moles, como os músculos e a pele, não fossilizam bem, o que dificulta até mesmo de saber quais espécies poderiam ter trombas ou não.

Entretanto, um novo estudo, publicado no dia 28 de novembro na revista eLife, tenta explicar a origem das magníficas trombas, e revela que essas mudanças fisiológicas podem ter ocorrido, principalmente, devido às mudanças climáticas. Entenda!

Fotografia de elefantes / Crédito: Foto por Michael Siebert pelo Pixabay

Pesquisa

Para o novo estudo, os pesquisadores compararam principalmente três grandes famílias de grandes mamíferos semelhantes a elefantes, ancestrais que existiram entre 11 e 20 milhões de anos atrás: Amebelodontidae, Choerolophodontidae e Gomphotheriidae.

Conforme repercutido pelo Live Science, os envolvidos descobriram que os Choerolphontidae provavelmente viveram em ambientes mais fechados, como florestas;   já os Amebelodontidae, viviam em habitats mais abertos, como pastagens; e os Gomphotheriida, por sua vez, em locais intermediários. E essas diferenças de habitats acabavam sendo diretamente relacionadas a uma característica divergente desses animais: as mandíbulas.

"Os Cherolophodon vivem em florestas densas, por isso há muitas plantas que têm ramos que se estendem horizontalmente," pontua Shi-Qi Wang, professor do Laboratório Principal de Evolução de Vertebrados e Origens Humanas da Academia Chinesa de Ciências e co-autor do estudo. Logo, as mandíbulas desses animais eram mais adequadas para exercer pressão para cima e para baixo, em vez de para frente e para trás, o que aumentava a eficiência no corte das folhas horizontais.

Porém, as mandíbulas de Gomphotheriida e Amebelodontidae, que viviam em ambientes mais abertos, eram diferentes: elas eram adaptadas para cortar justamente as plantas de crescimento vertical, como ervas e gramíneas de caule macio. E nesses casos, a área do nariz nos crânios era bem mais parecida com a dos elefantes modernos, o que sugere que, aqui, as trombas já poderiam ser utilizadas para levar alimento à boca.

Sabemos que todo o paleoambiente mudou [durante este período] de ambientes quentes e úmidos para ambientes mais frios, secos e abertos," conta Chunxiao Li, pesquisador da Universidade da Academia Chinesa de Ciências e principal autor do estudo, ao Live Science. "Nessa altura, vemos que estes [primeiros elefantes] começam a usar as suas longas trombas para agarrar a erva."

Ou seja, possivelmente, o que levou à diferenciação dos elefantes modernos com relação a outros animais de tromba — como as antas, por exemplo, que vivem nas florestas e não usam o membro com tanta destreza quanto os elefantes — foi o pastoreio em campos abertos, por fim.