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Notícias / Itamar Franco

O que disse a modelo envolvida no escândalo com Itamar Franco em 1994?

A modelo foi fotografada sem calcinha ao lado do então presidente, Itamar Franco, em sambódromo

Luisa Alves, sob supervisão de Wallacy Ferrari Publicado em 02/02/2023, às 19h02 - Atualizado em 03/02/2023, às 11h39

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Imagem da modelo Lilian Ramos e Itamar Franco no sambódromo - Divulgação / YouTube / AGC
Imagem da modelo Lilian Ramos e Itamar Franco no sambódromo - Divulgação / YouTube / AGC

Em 14 de fevereiro de 1994, um escândalo envolvendo Itamar Franco chocou o Brasil quando o então presidente foi visto embriagado acompanhado de seu Ministro da Justiça, Maurício Corrêa, ao lado de modelos durante uma visita ao sambódromo na Marquês da Sapucaí.

Dentre as mulheres presentes no local, uma modelo chamou atenção do presidente que sucedeu Fernando Collor; foi Lilian Ramos. De acordo com relatos da própria, ele decidiu chamá-la, aos gritos, para o camarote presidencial, antes sendo abordada por Maurício Corrêa.

A partir daí, uma sucessão de atos levou a uma crise que quase derrubou Itamar Franco do poder. Ela o beijou no rosto, ele respondeu com um sussurro ao pé de seu ouvido. A modelo, então, empolgada com a batucada da avenida, decidiu levantar seus braços protagonizando o momento mais polêmico da sequência; com o movimento dos braços, sua saia também levantou. E, aparentemente, a modelo estava sem calcinha.

Desprevenida, Lilian foi fotografada por Marcelo Carnaval e no dia seguinte ao ocorrido,  era primeira página do jornal "O Globo" e, posteriormente, de vários outros veículos de projeção nacional. Com isso, o momento se tornou um dois mais repercutidos na imprensa brasileira naquele ano. 

Em 2016, a modelo deu uma entrevista ao Programa do Gugu explicando que a fotografia do momento — que gerou grande repercussão no Brasil, na época — fez com que ela se sentisse injustiçada a ponto de sair do Brasil dois meses após o ocorrido. 

Lilian Ramos contou que deixou o Brasil porque estava com medo. Ela até mesmo se isolou no Ceará por dez dias — até que se deu conta de que não havia motivos para se esconder.

Um dos motivos que fui embora do Brasil é que fiquei com medo. Entrei um pouco em depressão, fui na praia do Ceará, me isolei por dez dias. E pensei, 'o que eu tô fazendo?' Eu não fiz nada de mais. Por que eu devo me esconder?", disse no programa do Gugu.

"A minha carreira terminou ali porque fui embora do Brasil. Eu não escrevi um livro, não fui fazer novela da Globo, não fui capa da Playboy [já tinha sido]. Quer dizer, não ganhei nada. O tempo é a melhor demonstração de que eu fui manipulada".

Camarote de Itamar

Lilian Ramos contou, durante a entrevista, que foi incentivada pela irmã e pelo ex-deputado que já conhecia, Valdemar Costa Neto, para subir ao camarote de Itamar. De acordo com ela, Itamar Franco a "acolheu com um sorriso" e até mesmo lhe disse que "tinha simpatia pelo Ceará".

"Qual o poder que eu tenho de pedir para ir ao camarote do presidente? Eu conhecia, através de amigos, o Valdemar Costa Neto. Quando comecei a caminhar na dispersão, veio o Valdemar. Eu disse, 'mas eu vou desse jeito? Eu não tô legal'. Ele me pegou pela mão e eu falei, 'eu vou, mas fico só cinco minutos'. Quando cheguei ali, esse homem [Itamar Franco] tão maravilhoso me acolheu com um sorriso, uma simpatia e começou a conversar. Disse que tinha simpatia pelo Ceará e o papo foi rolando", contou. 

Não estava nua 

A modelo contou que, ao contrário do que aparenta a foto, ela não estava nua e sim usando um collant, peça comumente usada no Carnaval. Naquele ano, ela desfilava como destaque pela Unidos da Viradouro.

"Eu não estava nua. Eu estava com um collant. Até as mulatas no Carnaval do Rio desfilam com um collant para conter melhor o corpo. Todo mundo coloca. Pode parecer que está com a pele nua, mas todas têm. Dá a sensação, para quem vê a foto, que você está com a pele nua. Eu estava bem vestida para o carnaval do Rio", disse.

Traumatizada

Ao Gugu, a modelo contou que ficou traumatizada com todo o escândalo em torno da foto, e que, mesmo sendo comum usar collant para trabalhos na televisão na Itália, ela sempre usa calcinha.

"Fiquei tão traumatizada que hoje uso sempre calcinha. Aqui na Itália é muito normal para quem trabalha em televisão colocar um collant ou não coloca calcinha para não marcar. Fiquei tão traumatizada que uso sempre. Digo, nunca mais vão pegar uma foto do gênero. Se quer me ver nua, só na Playboy", disse. Lilian posou para a revista Playboy em 1986.

Amor platônico 

Ao ser questionada sobre sua relação com o político, Lilian Ramos descreveu como "amor platônico" o que sentia por Itamar Franco: "Uma coisa inocente e pura. Quase um amor platônico", disse.

Ela ainda contou que acredita que não namorou o ex-presidente por influências da imprensa, já que não pôde conhecê-lo melhor: "Ele me ligou algumas vezes pra sair e eu disse, é melhor a gente não se ver. Fiquei muito magoada com a imprensa brasileira", contou.

Era uma pessoa muito gentil, me encheu de elogios. O que admiro num homem não é a beleza, é a inteligência. Ele pediu meu telefone, me telefonou várias vezes. Isso é verdade. Ele era uma pessoa divorciada, não tinha nada de mais", revelou.

Segundo Lilian, Itamar a recebeu como uma "primeira-dama": "Vieram todos os artistas, se jogaram para cima dele e ele continuou me dando atenção como se eu estivesse com ele. Quer dizer, me deu importância de primeira dama".

"Não posso dizer que não fiquei feliz. Qualquer mulher gosta de ser cortejada e de receber elogios, principalmente do presidente do seu país. Não sei se teria me transformado na namorada dele, mas não tivemos tempo de aprofundar essa amizade", concluiu.