Datafolha entrevistou moradores de 112 cidades diferentes e constatou a existência de um Brasil conservador e contraditório
Redação Publicado em 01/07/2023, às 14h32
Uma pesquisa inédita realizada recentemente pelo Datafolha revelou um Brasil conservador e contraditório, com largo apoio a algumas questões consideradas progressistas.
Ao todo, 2.010 pessoas de 112 cidades diferentes foram entrevistadas entre os dias 12 e 14 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Como destacou a Folha de S.Paulo, os resultados mostram uma mistura de opiniões, onde, em média, os brasileiros apoiam a aceitação da homossexualidade, mas se opõem ao casamento gay. Além disso, acreditam que "hoje em dia se vê racismo em tudo", embora concordem que pessoas negras têm menos oportunidades de emprego.
No caso do aborto, cerca de 44% dos entrevistados acreditam que a mulher tem o direito de decisão, sendo que 25% concordam totalmente e 20% concordam parcialmente. A fonte explica que, em razão dos arredondamentos, a conta não totaliza 45%. Por outro lado, 52% são contrários, com 39% discordando completamente e 13% parcialmente.
O percentual de homens e mulheres que apoiam o direito ao aborto é praticamente o mesmo, sendo 45 e 44% respectivamente. Esse apoio aumenta para 61% entre os mais jovens (16 a 24 anos), os mais escolarizados (59%) e os eleitores de Lula no segundo turno das eleições de 2022 (54%). Os números, no entanto, diminuem entre os eleitores de Bolsonaro (35%), evangélicos (30%) e entre os mais pobres (39%).
Já o tema da flexibilização do acesso a armas de fogo, defendida por Jair Bolsonaro, é ainda mais polêmico. Cerca de 50% dos entrevistados são favoráveis ao direito de possuir armas (33% totalmente a favor e 17% parcialmente), enquanto que 48% são contra (37% totalmente contra e 11% parcialmente).
Nesse caso, a divisão política fica mais clara. Entre os eleitores de Bolsonaro, 67% são a favor enquanto 62% dos eleitores de Lula são contrários. Os homens (61%) tendem a ser mais favoráveis ao acesso a armas do que as mulheres (57%).
