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Matérias / Bruxas

350 anos depois, o projeto de lei dos EUA que pode fazer justiça para 'bruxas' executadas

Após décadas de silêncio por parte do governo, as famílias das mulheres injustiçadas verão justiça

Ingredi Brunato Publicado em 04/02/2023, às 20h00

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Ilustração que imagina o julgamento de uma bruxa - Domínio Público
Ilustração que imagina o julgamento de uma bruxa - Domínio Público

Entre 1647 e 1662, um total de nove mulheres e dois homens foram executados no estado norte-americano de Connecticut por serem considerados culpados de "bruxaria". 

As ocorrências vieram antes dos famosos julgamentos de Salém, ocorridos em Massachusetts durante os anos 90. Ambos os territórios, vale mencionar, fazem parte da região dos Estados Unidos conhecida como "Nova Inglaterra", que já teve no passado uma lei que determinava uma sentença de morte para o crime de "associação com o Diabo". 

É essa a legislação que permitiu as execuções injustas de dezenas de mulheres vitimadas pelas superstições de seus vizinhos. Já nos dias atuais, tem havido esforços por parte das autoridades norte-americanas no sentido de corrigir esses erros históricos. 

Uma das iniciativas recentes vem da deputada Jane Garibay, de Connecticut, que criou um projeto de lei que pretende realizar a exoneração póstuma das antigas "bruxas" em resposta a diversas cartas que teria recebido de seus descendentes. 

Eles estão falando sobre como isso tem seguido suas famílias de geração em geração e que eles adorariam que alguém apenas dissesse: 'Ei, isso foi errado'. E para mim, isso é uma coisa fácil de fazer se dá paz às pessoas", afirmou a política em entrevista à Associated Press na última terça-feira, 31. 

Entre os onze casos, por exemplo, está o de Mary Johnson, acusada de bruxaria após ter engravidado sem estar casada. Ela foi torturada por um dos ministros da região até que confessasse o seu "crime", e poderá finalmente ser publicamente perdoada caso a lei seja aprovada. 

Uma das teorias usadas para explicar a histeria coletiva que levou aos julgamentos de inúmeros indivíduos por feitiçaria nas colônias dos Estados Unidos no século 17 é que o fenômeno teria sido provocado por uma combinação entre condições adversas (como epidemias, fome e inundações) e a grande religiosidade das pessoas da época. 

Pintura mostrando o suposto "exame" de uma bruxa em tribunal / Crédito: Domínio Público

Histeria coletiva

A iniciativa de Garibay segue o exemplo dado por outros locais, como o próprio estado de Massachusetts, que anulou a sentença de Elizabeth Johnson Jr., sua última bruxa de Salém, em maio de 2022. 

A executada era uma jovem mãe solteira de apenas 22 anos que vivia na pobreza e, conforme especulações posteriores à sua morte, sofreria com problemas mentais, conforme informado pelo DailyMail. 

Ela não possuía nenhum descendente vivo, de forma que a justiça, embora tardia, foi conseguida para ela por um grupo inusitado: uma professora e seus estudantes. Eles não apenas levaram o caso de Elizabeth às autoridades, como passaram três anos lutando até conseguir o perdão oficial.