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Matérias / Meteorito

Meteorito Santa Filomena: A rocha espacial de 4,5 bilhões de anos que caiu em Pernambuco

Em 2020, a cidade de Santa Filomena (PE) foi palco de uma chuva de meteoritos que chamou atenção do mundo

Ingredi Brunato Publicado em 04/06/2023, às 10h29

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Fotografia de meteorito - Divulgação/ Museu Nacional
Fotografia de meteorito - Divulgação/ Museu Nacional

Na região entre Marte e Júpiter, que são considerados o quarto e quinto planetas de nosso Sistema Solar, respectivamente, existe o chamado Cinturão de Asteroides, formado por bilhões de rochas em órbita. 

Em geral, esses pedregulhos espaciais permanecem girando ao redor do Sol, mas, ocasionalmente, alguns acabam se desprendendo de sua trajetória usual e começam uma jornada pelo Universo. 

Em 2020, alguns desses fragmentos errantes chegaram na Terra. Após invadirem nossa atmosfera, ao que ganharam o nome de "meteoros", eles se incendiaram devido ao atrito com os gases atmosféricos — um processo que muitas vezes pulveriza essas pedras cósmicas por completo. 

Pelo fato dessa ser uma chuva de meteoros particularmente grande, porém, cerca de 80 quilos deles sobreviveram, alcançando a superfície de nosso planeta no dia 19 de agosto daquele ano.

Outro detalhe importante é que o ponto de impacto dos meteoritos (que é como essas rochas espaciais passam a se chamar após tocarem o solo) aconteceu de ser o estado de Pernambuco, na região nordeste do Brasil, ou, mais especificamente, a cidade de Santa Filomena e seus arredores. 

O episódio chamou a atenção não apenas dos brasileiros, mas de pessoas de todo o mundo que vieram para cá a fim de testemunhar o desenrolar do evento astronômico — e também para tentar coletar algumas pedras vindas do espaço de lembrancinha, é claro, nem que seja para vender depois.

Um dos maiores trunfos da chuva de meteoros para a comunidade científica, todavia, foi uma rocha de 2,8 quilos batizada de Meteorito Santa Filomena. Foi encontrada no telhado da casa de uma moradora da cidade pernambucana, e passou a constituir o acervo do Museu Nacional, sendo alvo de estudos científicos. 

Fotografia mostrando as pesquisadoras que estudaram a pedra espacial / Crédito: Divulgação/ Tânia Rego/ Agência Brasil

Detalhes surpreendentes 

Uma das características mais impressionantes do artefato cósmico é a sua idade: sua análise química revelou que ele tem nada menos que 4,56 bilhões de anos.

Outro aspecto do Meteorito Santa Filomena que animou os pesquisadores brasileiros é a sua composição. O pedregulho é formado por quatro minerais diferentes, com um deles podendo ser considerado um elemento extraterrestre, já que existe apenas fora de nosso planeta — é a chamada troilita, conforme informado pelo g1. 

Além disso, os cientistas responsáveis por investigar o fragmento de meteoro concluíram que ele teria cruzado a nossa atmosfera a uma velocidade surpreendente de 54 mil quilômetros por hora.

Seu exterior, aliás, revela o tanto que a rocha precisou sobreviver até chegar em Pernambuco: sua crosta escurecida, além de estar queimada, é repleta de marcas e fissuras. Em um local, inclusive, o meteorito perdeu um pedaço, provavelmente por conta do impacto com o telhado onde foi encontrado. 

Felizmente, a pedra espacial não apenas sobreviveu ao seu caminho do Cinturão de Asteroides até Santa Filomena, como também foi encontrada a tempo de ser identificada como a relíquia cósmica que é. Isso, pois, como explicado pela pesquisadora Amanda Tosi ao g1, existem muitos meteoritos que simplesmente acabam passando despercebidos por nós: 

Esse fragmento está ‘fresco’, não vai sofrer com as intempéries, como chuva, a erosão. Tanto que o meteorito rochoso, quando ele cai e ninguém recupera, fica meses ou anos e acaba parecendo muito uma rocha terrestre (...) Um dos fatores mais importantes quando um meteorito cai é a gente ir em busca logo em seguida", apontou ela.