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Matérias / Bridgerton

"Rainha Charlotte": O que causava o transtorno do rei George III?

"Rainha Charlotte", o novo spin-off de Bridgerton, foi lançado nesta quinta, 4, e mostrará mais sobre este personagem baseado em fatos

Redação Publicado em 04/05/2023, às 20h16 - Atualizado em 01/06/2023, às 19h48

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Montagem mostrando George III em Rainha Charlotte e em uma pintura - Divulgação/ Netflix e Domínio Público
Montagem mostrando George III em Rainha Charlotte e em uma pintura - Divulgação/ Netflix e Domínio Público

Lançada em 2020 e ainda não finalizada, Bridgerton é uma das mais famosas séries de romance da Netflix ambientada no século 19 que acompanha as vidas de famílias nobres de Londres.

Embora a maior parte de seus personagens sejam fictícios, sendo retirados da sequência de livros no qual a produção se baseia — "Os Bridgertons", da autora britânica JuliaQuinn — existem duas figuras históricas que existiram de fato.

São a rainha Charlotte (interpretada por India Amarteifio) e seu marido, o rei George III (vivido por Corey Mylchreest). Na vida real, este monarca governou a Inglaterra entre 1738 a 1820, período em que os Estados Unidos se tornaram independentes da Coroa inglesa, contribuindo para que ele ficasse conhecido como "o rei louco que perdeu a América". 

Chamando atenção dos fãs da série, Charlotte ganhou uma aguardada minissérie spin-off que chegou à plataforma de streaming recentemente. Na produção inédita, que se concentra em sua juventude (com sua nova intérprete sendo a atriz Golda Rosheuvel), diversos elementos da vida da rainha consorte são explorados com maior profundidade — incluindo seu matrimônio. 

Mistério histórico

Nas duas temporadas de Bridgerton que foram lançadas até o momento, George III aparece desorientado, sem saber onde está e em qual ano. As menções ao rei inglês também são frequentemente acompanhadas do tópico da misteriosa doença que o acomete. 

Tanto na vida real, quanto na série, o aparente distúrbio mental do homem o tornou inapto para o trono durante certos períodos, segundo repercutido pela revista Cosmopolitan. 

O transtorno nunca é devidamente explicado na obra de ficção. Nos livros de História, a situação não é muito melhor: isso, pois, o motivo por trás dos sintomas do monarca já foi alvo de estudos entre os historiadores e pesquisadores, mas sem uma conclusão fixa.  

Montagem mostrando George III em Bridgerton e em uma ilustração / Crédito: Divulgação/ Netflix e Domínio Público

Teorias 

Uma hipótese mais tradicional para explicar a instabilidade mental de George III seria a porfiria, uma enfermidade causada por um conjunto de condições raras que frequentemente é hereditária. 

De acordo com o site do Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS, na sigla em inglês), a porfiria causa uma série de sintomas, incluindo psiquiátricos, tais como "ansiedade, confusão ou alucinações", e ainda efeitos neurológicos, como convulsões — o que é documentado como um dos problemas sofridos pelo rei. 

Uma teoria mais moderna, por sua vez, é que o governante britânico tinha transtorno bipolar, em que episódios de depressão são intercalados com episódios de mania, durante os quais o indivíduo pode experienciar euforia, confusão mental, irritabilidade e fala excessiva. 

Pintura mostrando George III na juventude / Crédito: Domínio Público

Conforme repercutido pela BBC em 2013, um estudo feito pela Universidade de Londres, que analisou cartas escritas por George III, constatou que não era incomum para ele escrever frases muito longas, por exemplo, com "400 palavras e 8 verbos", o que seria plausível de alguém em estado de mania.

Documentos do período revelam ainda que pessoas próximas ao rei teriam relatado vê-lo falar tanto que espuma começava a sair de sua boca, outra evidência relevante. 

Devido à barreira temporal, porém, que nos impossibilita de realizar os exames da medicina moderna no falecido governante, não é possível ter certeza de qual era seu verdadeiro diagnóstico.