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Matérias / Egito Antigo

A singular descoberta de um anel do ‘deus da diversão’ no Egito

Encontrada no final do ano passado, chama atenção pela história por trás do curioso achado

Wallacy Ferrari

por Wallacy Ferrari

wferrari@caras.com.br

Publicado em 22/01/2023, às 13h00

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Montagem contendo Bes e anel encontrado - Domínio Público / Wikimedia Commons / Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito
Montagem contendo Bes e anel encontrado - Domínio Público / Wikimedia Commons / Ministério do Turismo e Antiguidades do Egito

Em dezembro de 2022, uma equipe de arqueólogos que realizavam escavações na província egípcia de Minya, em um cemitério de Tel el-Amarna, no Egito, deram de cara com um conjunto de descobertas chamativas relacionadas a história local, antigamente conhecida como capital do faraó Akhenaton, da 18ª dinastia.

Entre algumas joias de ouro, um anel se destacou por contar com uma representação para lá de rara, retratando uma imagem do “deus da diversão”, conhecido como Bes. Ele foi encontrado dentro de um túmulo cuja datação aponta 3,3 mil anos, na parte norte do sítio arqueológico, a aproximadamente 300 quilômetros ao sul do Cairo.

Contudo, a representação do tal deus chama atenção ao observar a história local após a tentativa de Akhenaton mudar a religião local, que fazia questão de enaltecer o politeísmo, diferente de seus ideais pessoais, que visavam o enaltecimento unicamente de Aton, o disco solar, transferindo até mesmo a capital de Tebas para o tal local, anteriormente desértico.

O filho de Akhenaton, Tutancâmon, fez questão de resolver esta questão, que na época, foi capaz de dividir opiniões sobre o império do pai. Ao hernar o trono máximo do país, ele não apenas desfez as reformas, como abandonou a cidade adotada pelo pai para a tranferência de capital.

Com o local deixado para trás, as imagens e crenças locais foram se perdendo com o tempo — ou, pelo menos, até o reencontro por autoridades ligadas ao Ministério do Turismo e Antiguidades. Ao identificarem o tal ‘deus da diversão’, fizeram uma extensa pesquisa sobre a representação de Bes.

Joias encontradas pelos arqueólogos / Crédito: Divulgação/Ministry of Tourism and Antiquities

História de Bes

De acordo com o livro “The Routledge Dictionary of Egyptian Gods and Goddesses Egypts” (“O Dicionário de Roteiro dos Deuses e Deusas egípcios”, em português), escrito por George Hart, ex-egiptólogo no Museu Britânico, Bes pode ser encontrado em outras representações da mesma época do Egito.

A figura de tal divindade é apresentada como um portador de nanismo que dominava as artes, como brincadeiras e música. Além disso, sua mitologia o atribui como o protetor das mulheres em trabalho de parto, como apontou o portal Olhar Digital.

Agora, os pesquisadores reúnem esforços para identificar o motivo para os itens de ouro estarem presentes na tumba, além de tentar atribuir quem era a pessoa enterrada no local e por quê ela estava fora de um cemitério.

As escavações em Amarna estão em andamento, e os detalhes sobre os achados serão publicados em breve”, disse Anna Stevens, diretora assistente das escavações do Projeto Amarna e professora do Centro de Culturas Antigas da Universidade de Monash, na Austrália, em entrevista ao site Live Science.