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Notícias / Planeta Terra

Como a falha do campo magnético da Terra pode ter impulsionado a evolução da vida

Há aproximadamente 600 milhões de anos, o campo magnético da Terra pode ter desabado, iniciando um evento de oxigenação e influenciando a evolução

Gabriel Marin de Oliveira Publicado em 09/05/2024, às 18h51

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Campo magnético da Terra - Getty Images
Campo magnético da Terra - Getty Images

Um enfraquecimento significativo do campo magnético da Terra, há cerca de 591 milhões de anos, pode ter sido um fator crucial para impulsionar a evolução da vida para além do estágio microscópico, sugerem novas pesquisas baseadas em rochas antigas da África do Sul e do Brasil.

Durante o período conhecido como Ediacarano, que abrange aproximadamente 635 milhões a 541 milhões de anos atrás, o campo magnético terrestre experimentou um declínio substancial. Este declínio pode ter coincidido com mudanças na composição da atmosfera e dos oceanos, possivelmente enriquecendo-os com oxigênio.

Consequentemente, os organismos vivos evoluíram para formas maiores e mais móveis do que as anteriores. Os cientistas sugerem que o enfraquecimento do campo magnético desempenhou um papel crucial nesse processo, permitindo o aumento do oxigênio, que por sua vez impulsionou uma nova fase de evolução.

John Tarduno, líder do estudo e cientista planetário da Universidade de Rochester, em Nova York, enfatiza a importância dessas descobertas não apenas para entender a evolução na Terra, mas também para especular sobre a vida em outros planetas.

Ele destaca como a geologia interna da Terra desempenha um papel fundamental na formação da atmosfera e na superfície terrestre.

O que é o campo magnético?

O campo magnético da Terra é gerado pelos movimentos do núcleo rico em ferro do planeta. Enquanto hoje esse campo é mantido pela agitação do núcleo líquido externo, no passado, era alimentado pela totalidade do núcleo ser líquido. Com o tempo, à medida que o núcleo esfriou, a eficiência na geração do campo magnético diminuiu, resultando em seu enfraquecimento.

O estudo recente, publicado na revista Communications Earth & Environment, sugere que o enfraquecimento atingiu seu ponto mais crítico há cerca de 591 milhões de anos, quando o campo magnético era cerca de 30 vezes mais fraco do que é hoje.

Isso foi determinado estudando cristais em rochas formadas abaixo da superfície terrestre, que capturaram uma imagem da intensidade do campo magnético ao longo do tempo.

A sobreposição de um período de fraqueza magnética de aproximadamente 26 milhões de anos com a oxigenação do Ediacarano pode não ser coincidência. O enfraquecimento do campo magnético terrestre resultou em uma expansão da área aberta ao redor dos polos, permitindo a fuga de moléculas de hidrogênio para o espaço.

Isso, por sua vez, levou a um aumento de oxigênio livre na atmosfera e nos oceanos, proporcionando às formas de vida a oportunidade de crescerem e se tornarem mais móveis.

Embora o enfraquecimento do campo magnético possa ter desempenhado um papel crucial na evolução da vida, seu retorno à força total pode ter salvado a Terra de perder sua água para o espaço. Essas descobertas destacam a complexa interação entre a geologia interna da Terra, a atmosfera e o desenvolvimento da vida.