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Notícias / Uruguai

Uruguaio procurado pela Interpol por crimes na ditadura é preso no Rio

Preso em flagrante por posse ilegal de arma, o homem é acusado de ter cometido homicídios e torturas na ditadura militar uruguaia, na década de 1970

Éric Moreira Publicado em 20/03/2024, às 09h30

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Manifestação contra a ditadura civil-militar uruguaia - Divulgação / Youtube / Parabólica
Manifestação contra a ditadura civil-militar uruguaia - Divulgação / Youtube / Parabólica

Na última segunda-feira, 18, um uruguaio foi preso em flagrante em Nova Friburgo, no Rio de Janeiro, por posse ilegal de arma. No entanto, o passado deste homem faz com que ele seja ainda mais condenável.

Isso porque, conforme repercutido pelo o UOL, ele — que não teve o nome divulgado — era procurado pela Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal), acusado de ter cometido uma série de homicídios e torturas durante os anos sombrios da ditadura militar do Uruguai (1973 - 1985), servindo como oficial do Exército do país na época.

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A prisão ocorreu depois de uma longa investigação e levantamento de informações, e foi realizada pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. Segundo as autoridades, o acusado morava em uma residência no distrito de Lumiar, na região serrana do Rio de Janeiro, e ele provavelmente se escondia no local.

Já a arma de fogo encontrada com ele, não tinha registro de posse, e estava em sua residência. Agora, não se sabe se ele será extraditado de volta ao Uruguai; mas segue preso, sem direito a fiança.

Ditadura militar uruguaia

A ditadura militar do Uruguai teve início em 27 de junho de 1973, depois que o então presidente, Juan María Bordaberry, decretou o fechamento do Parlamento, apoiado pelas Forças Armadas. Em paralelo, outros países da América do Sul também viveram períodos semelhantes, na mesma época, incluindo o Brasil e a Argentina.

Entre as razões que antecederam o golpe no país, estão a crise econômica de meados da década de 1950, e a posterior deterioração social e econômica. Na década de 1960, surgiu a guerrilha urbana MLN-T (Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros) — da qual o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica fez parte —, além de outros grupos de esquerda baseados na Revolução Cubana.

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A abertura democrática no país só ocorreu em 1985 — mesmo ano que o Brasil —, o que encerrou definitivamente este período obscuro da história do Uruguai. Oficialmente, contabiliza-se 197 pessoas desaparecidas em ações atribuídas ao Estado, mas o número pode ser ainda maior.