O baralho surgiu na China, no século 9 - Pixabay
Idade Média

De onde vieram as cartas do baralho?

Essa invenção cruzou o mundo e já teve muitas formas, tanto que hoje usamos cartas francesas com iniciais inglesas

Lucas Vasconcellos Publicado em 09/05/2019, às 10h00

Todo mundo que já jogou deve ter notado: os nomes dos naipes do não fazem o menor sentido. A gente vê um coração e chama de “copas” – isto é, taças. Um losango – vermelho – é “ouros”. Um trevo são “paus”. E uma folha é a “espada”.

A razão está na história do baralho. A invenção surgiu na China do século 9 e chegou à Europa através dos árabes, no final do século 14. A esse jogo eles chamavam naib, origem do português “naipe”.

Baralho chinês / Crédito: Reprodução 

O baralho árabe já tinha quatro naipes, representados por moedas, espadas, taças e bastões de jogar polo – o que é origem óbvia dos nomes dos naipes em português, até hoje. Ao longo dos séculos, os baralhos de países latinos (tirando a França) preservaram esses naipes. E isso também acontecia no Brasil até relativamente pouco atrás. Ainda no século 19, o baralho português – e brasileiro – usava essas figuras. Os ases eram dragões.

O baralho luso saiu de moda em favor do modelo mais comum em todo o mundo: o britânico. Que na verdade é francês. Ele surgiu em 1480 e era derivado dos modelos alemães e alemães-suíços, desenvolvidos 30 anos antes.

Cartas de um baralho português do século 19 / Crédito: Reprodução 

Esses baralhos haviam trocado os naipes tradicionais árabes. Provavelmente por facilidade de reconhecimento e impressão. O design minimalista francês, plano, era particularmente adequado a baralhos produzidos em massa e acabou vencendo a competição, em quase toda a Europa. Hoje usamos cartas francesas com iniciais inglesas – na França, o rei é R(oi) e não K(ing).

Os franceses chamam seus naipes de trèfles (trevos), coeurs (corações), carreaux (azulejos) e piques (pontas de lança). E isso resolve o mistério do formato dos símbolos.

Modelo suíço / Crédito: Reprodução 

Outra: no baralho português, a mulher não era uma rainha, mas uma “sota” – uma empregada. Seu valor era menor que o do cavaleiro. A sota virou a rainha no baralho francês, o cavaleiro virou o valete, e o rei continuou rei. Por isso, ainda hoje, em vários jogos tradicionais, a rainha tem valor menor que o valete, diferentemente do resto do mundo.

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