Michael no clipe "They Don't Care Avout Us", no Pelourinho - Divulgação / YouTube
Música

As três passagens marcantes de Michael Jackson no Brasil

Entre passeios e a gravação de um clipe, a equipe do Rei do Pop chegou a fechar contrato com o traficante Marcinho VP para garantir sua segurança

Wallacy Ferrari Publicado em 02/04/2021, às 13h00 - Atualizado em 06/07/2023, às 16h59

Ao longo das turnês mundiais que fez desde a infância, Michael Jackson teve recepções calorosas a sua presença de palco enérgica com passos precisos. Porém, seu apreço pelo Brasil era ainda mais notável.

Apesar de ser assumidamente contrário as desgastantes turnês, o astro citou a paixão tupiniquim pelo seu trabalho como uma das mais incríveis ao redor do mundo, durante o especial Michael Jackson's Private Home Movies, transmitido em 2003 pelo canal americano FOX.

Com três marcantes passagens — em 1974, 1993 e 1996 — o Rei do Pop conseguiu deixar sua marca na história dos espetáculos internacionais do país, mas também foi protagonista em episódios envolvendo a obsessão dos fãs, suas particularidades e, principalmente, sua personalidade.

Assim, separamos 5 curiosidades sobre as vezes que Michael Jackson esteve no Brasil. 

Cena do clipe "They Don't Care Avout Us", no Pelourinho / Crédito: Divulgação / YouTube

 

1. Jeitinho brasileiro

A primeira vez de Michael no Brasil foi em 1974, quando o garoto ainda fazia parte do grupo Jackson 5, ao lado dos irmãos. Em viagens internacionais, o pai Joseph não podia acompanhar os garotos, visto que fazia os contratos em solo americano. Por isso, os jovens eram acompanhados por uma juíza de menores, que restringia o trabalho dos garotos até as 22h00.

O problema é que eles já tinham um compromisso marcado após as 22h: o especial de televisão na TV Tupi. Sabendo de tal regra, os produtores do programa revelaram no Fantástico, em 2009, que aceitaram a regra da juíza, mas não disseram qual era o fuso horário brasileiro. Com isso, se apresentaram sem problemas na televisão, mesmo ultrapassando o horário.


2. Curtindo São Paulo

O retorno de Michael Jackson ao Brasil só ocorreria em 1993, durante a turnê do álbum Dangerous, porém, de maneira bem menos intensa do que a regrada primeira passagem. Desceu do voo acompanhado de duas crianças, filhas de amigos americanos, que tinham o interesse em conhecer o Brasil. Com isso, aproveitaram para visitar alguns pontos da cidade.

Visitantes do Placenter conseguem tirar foto com Michael Jackson e Marcelo Gutglas (à dir.) / Crédito: Divulgação

 

Um dos principais seria o Playcenter, que foi fechado uma hora antes de seu horário regular para receber o astro.

Michael andou no barco viking, na montanha russa Ciclone e outras atrações, sendo recepcionado pelo próprio dono, o empresário Marcelo Gutglas. Alguns visitantes sortudos, que estavam no parque antes do fim do turno, ainda conseguiram uma foto antes do impedimento de seguranças.


3. Volta colossal

Com uma espera de 19 anos, a estrutura não poderia ser menos do que a esperada, porém, o artista surpreendeu com as proporções da apresentação; seu equipamento veio em dois aviões gigantes Antonov An-124 — que na época, eram anunciados como os maiores aviões de carga do mundo — totalizando 400 toneladas de itens, carregados em 29 carretas que seriam montados no Estádio do Morumbi.

O esgotamento recorde dos seus ingressos rendeu uma apresentação extra na arena, com bilhetes vendidos na rede de lojas de roupa C&A. Antes mesmo de sua chegada, a marca de refrigerante Pepsi já promovia o show com uma promoção de rótulos nas garrafas — tudo meticulosamente preparado ainda nos Estados Unidos para ser executado com perfeição em São Paulo.


4. Crítica social

Antes mesmo de voltar ao Brasil em 1996 para gravar em comunidades na Bahia e Rio de Janeiro, o então secretário estadual de Comércio e Turismo do Rio de Janeiro, Ronaldo Cezar Coelho, afirmou que a produção poderia influenciar a imagem do Brasil de maneira negativa, pedido ao ex-jogador Pelé para conversar com o astro, buscando a desistência da gravação.

O Itamaraty, no entanto, ficou do lado do diretor Spike Lee; não apenas autorizou a vinda e captura dos cenários, como destacou que "não se pode tentar esconder uma realidade que existe no país". A exposição não apenas reverbera até hoje com as visitas turísticas nos locais, como projetou internacionalmente a imagem do Olodum.


5. Ajuda dos dois lados

De acordo com o jornal O Globo, o diretor do clipe, Spike Lee, assumiu que “pagou certo valor” o então comandante do tráfico Marcinho VP para assegurar a equipe de Michael Jackson e afastar jornalistas que haviam alugado cômodos na comunidade.

A ocasião reverberou nos moradores e nos policiais, que foram ameaçados por seguranças do traficante quando tentavam chegar perto do Rei do Pop — mas com a venda de drogas interrompida.

Manchete do jornal O Globo noticiando pagamento a traficantes na gravação de clipe / Crédito: Divulgação

 

Na ocasião, o então chefe da Polícia Civil do Rio, o delegado Hélio Cruz, manifestou desapreço pelo financiamento do tráfico feito por Spike: “Ele pagou porque é otário. Deve estar acostumado a fazer isso lá nos Estados Unidos e fez aqui também”, disse o líder em entrevista à Folha de S. Paulo.


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