Historicamente, o país vive uma política onde o poder é passado de pai para filho; ainda assim, pouco se sabe sobre o que aconteceria após a morte do atual Líder Supremo
Isabela Barreiros Publicado em 20/04/2020, às 23h27
Ao final da Segunda Guerra Mundial, os japoneses que ocupavam a península da Coreia foram expulsos. Na corrida que se seguiu aos últimos dias do conflito, os até então aliados soviéticos e norte-americanos ocuparam a Coreia, dividindo-a ao meio.
Ao Norte, os soviéticos trataram de rapidamente implementar a doutrina comunista nos campos político e econômico, “elegendo” um líder simpático aos seus interesses. Foi Kim Il-sung o responsável por fundar o Estado da Coreia do Norte, também conhecido como República Popular Democrática da Coreia.
Já no Sul, a Organização das Nações Unidas (ONU), capitaneada pelos Estados Unidos, promoveu, em 1948, eleições que tiveram como resultado a vitória de um candidato que servisse aos interesses estadunidenses.
A alegria da população local pelo fim da presença japonesa seria rapidamente substituída pela dura realidade da luta de interesses entre os dois blocos ideológicos, que travariam nesse território o pior conflito da Guerra Fria, na qual morreriam até 2,5 milhões de civis. O conflito duraria até o dia 27 de julho de 1953, quando o armistício foi finalmente assinado.
No território do Norte, Kim Il-sung criou um regime político diferente do que anteriormente era visto no mundo comunista. Por mais que o país não assuma tal posição, foi instaurada uma “dinastia familiar”. Seguindo esses moldes, o poder seria passado de pai para filho, evento que aconteceu, até hoje, três vezes.
Ainda que tal modelo seja o historicamente seguido pelos líderes políticos da Coreia do Norte, oficialmente não existe uma linha de sucessão a ser seguida. Nos países que seguem o modelo presidencialista como o Brasil, por exemplo, quem assume com a morte do presidente é o vice-presidente. No país do leste asiático, porém, tal cargo político não tem esse poder. Quando Kim Il Sung morreu, por exemplo, nenhum de seus quatro vices assumiu.
O primeiro líder preparou seu filho para sucedê-lo no poder. Kim Jong-il acompanhava seu pai em sua agenda e eventos políticos. Assim, quando o mais velho faleceu, o próximo assumiu quase que imediatamente.
A sucessão pode ser explicada por uma visão que se tornou comum na Coreia do Norte: o culto à personalidade do líder do país. A dinastia Kim fundou um pensamento no qual Kim Il-sung e seus ideais seriam o “princípio norteador” de todo o Estado. Acredita-se que isso tenha sido essencial para legitimar o processo de poder hereditário no país.
Quando Kim Jong-il morreu, porém, seu filho ainda era muito novo e tinha praticamente apenas iniciado sua formação política para tornar-se líder. Mesmo assim, foi ele quem assumiu o poder, tornando-se o terceiro Líder Supremo da Coreia do Norte — estamos falando de Kim Jong-un.
Pouco se sabe sobre a atual família Kim. Kim Jong-un casou-se com Ri Sol-ju e teve sua primeira filha, Kim Ju-ae, provavelmente em 2013, assim, a menina teria apenas 6 anos. Não se sabe, porém, se eles tiveram mais filhos, pois as informações sobre isso são apenas especulações de outros países, quase sempre da Coreia do Sul.
Como consequência, assume-se que haveria uma luta pelo poder caso o Líder Supremo falecesse precocemente. Entre os membros da família, o nome de Kim Yo-jong parece ser promissor. Irmã de Jong-un, ela recentemente passou a assumir um cargo maior no governo, controlando o poderoso Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
Outra possibilidade é que algum dos líderes do partido do Líder Supremo tente assumir o poder. Atualmente, eles são três, por isso é provável que aconteça uma disputa para decidir quem assumirá o lugar do homem mais poderoso da Coreia do Norte.
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