Advogados pedem que STF investigue Damares após fala sobre estupro de crianças

Após a polêmica declaração realizada pela ex-ministra e atual senadora, Damares Alves (Republicanos-DF), no último sábado, 8, em um templo evangélico, localizado em Goiânia, um grupo Prerrogativas solicitou com que o Ministério Público Federal (MPF) e o Supremo Tribunal Federal (STF), investigue de perto a senadora.

Conforme publicado pela Folha de São Paulo, o grupo, composto por juristas e advogados, pede com que Damares e o atual presidente, Jair Bolsonaro, expliquem o que eles fizeram após a senadora informar, durante o seu discurso no templo evangélico, que crianças brasileiras de três e quatro anos foram traficadas na Ilha de Marajó, no Pará.

Além disso, a ex-ministra disse que ainda arrancaram os dentes dos jovens para "não morderem na hora do sexo oral".

Nós descobrimos que essas crianças comem comida pastosa para o intestino ficar livre para a hora do sexo anal. Bolsonaro [PL] disse: 'Nós vamos atrás de todas elas'. E o inferno se levantou contra esse homem. A guerra contra Bolsonaro que a imprensa, o Supremo e o Congresso levantou, acreditem, não é uma guerra política. É uma guerra espiritual. [...]", declarou Damares.

Investigação

Os membros do grupo pediram com que o MPF e o STF analisem quais foram as medidas que Damares e o atual presidente tomaram em relação ao terrível caso mencionado pela senadora e que investiguem os dois, caso eles não tenham realizado nenhuma ação sobre a "apuração de tamanhas atrocidades".

O grupo Prerrogativas não descarta a possibilidade de que o intuito de Damares foi de propagar informações 'mentirosas' para "alimentar discursos de ódio e tumultuar o processo eleitoral". Devido a essa possibilidade, o grupo solicita com que a senadora mostre "provas do que alegou".

"Se as declarações de Damares não forem verdadeiras, é também muito grave, pois a ex-ministra estaria banalizando um problema muito sério [o estupro de crianças] que é responsabilidade de todo e qualquer brasileiro", disse o coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho.

O vídeo da fala de Damares foi divulgado pelo filho de Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). O grupo informa que a publicação tem sido compartilhada como forma de campanha eleitoral nas redes sociais de Flávio Bolsonaro, para informar que o ocorrido se dá por conta de "resquícios de PT pelo Brasil".