As 190 réplicas de alta qualidade se passavam por peças originais e foram identificadas por arqueólogos do British Museum
Wallacy Ferrari Publicado em 07/05/2020, às 07h00 - Atualizado às 07h15
Uma embalagem enviada do Bahrein, estado soberano do Golfo Pérsico, para um endereço privado na Inglaterra levantou suspeitas no Aeroporto de Heathrow, em Londres. Após um escaneamento, funcionários da alfândega decidiram abrir os pacotes, separados em dois baús. Para a surpresa dos funcionários, centenas de itens supostamente antigos foram encontrados.
190 artefatos, incluindo estatuetas, tábuas de barro com escrituras sem identificação, cilindros e outras esculturas descritas como peças antigas do Oriente Médio foram barradas até que houvesse confirmação da origem dos itens e catalogação. Com a chegada de arqueólogos do Departamento do Oriente Médio no British Museum, foi possível confirmar que todas as confecções são falsas.
As reproduções eram feitas com argila e contém escrituras descritas como confusas pelos especialistas do museu: “Alguns [sinais] foram inventados e outros estavam de cabeça para baixo, que não faziam sentido quando lidos". Além disso, a espessura das tábuas não coincide com a de uma peça autêntica.
Os arqueólogos também identificaram que as peças foram cozidas com o auxílio de alguma ferramenta moderna, como um forno, visto que a rigidez do objeto tem sinais de consistência por uma temperatura alta, diferente de original do antigo Oriente Médio, que costumava secar no sol.
Em entrevista ao The Telegraph, o curador do British Museum, John Simpson, confirmou que a prática tem origem no crime organizado: “Essas apreensões confirmam uma tendência emergente: capitalizando o interesse na compra de antiguidades, comerciantes sem escrúpulos estão falsificando objetos do Oriente Médio para vender”.
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