Assentamento urbano descoberto no Egito - Divulgação/T. Skrzypiec/Centro Polonês de Arqueologia Mediterrânea da Universidade de Varsóvia
Arqueologia

Assentamento do século 6 descoberto no Egito apresenta impressionante planejamento urbano

Com banheiros públicos e outras construções urbanas, o local demonstrou preocupação com os moradores

Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/08/2021, às 09h50

Na antiga cidade portuária de Marea, onde hoje está a vila de Hawwariya, na margem sul do Lago Mareotis, próximo à egípcia Alexandria, arqueólogos poloneses descobriram um assentamento que possui uma estrutura bastante similar à que temos hoje.

O local, considerado urbano pelos pesquisadores, remonta ao século 6 e provavelmente foi construído por peregrinos cristãos daquele período. A descoberta foi relatada pelos especialistas no periódico Antiquity neste mês e repercutida pelo Smithsonian e Daily Mail.

Segundo os cientistas do Centro Polonês de Arqueologia do Mediterrâneo (PCMA) da Universidade de Varsóvia, vestígios das antigas construções foram identificados sob os restos de um vinhedo romano a partir de “métodos não invasivos e geofísicos”.

Local da descoberta / Crédito: Divulgação/Mariusz Gwiazda/Centro Polonês de Arqueologia Mediterrânea da Universidade de Varsóvia

 

A região era escavada desde 1970, mas foi apenas a partir da ação dos pesquisadores que as evidências começaram a aparecer.

Mariusz Gwiazda, arqueólogo da PCMA e co-autor do estudo, explicou que a tecnologia “tornou possível identificar anomalias magnéticas indicando a extensão de uma área urbana densa sem paredes defensivas".

Os arqueólogos identificaram 'residências privadas, complexos de banheiros públicos, um sistema de esgoto, um hospital, e outras amenidades, formando um impressionante assentamento urbano.

“Seus elementos principais eram um complexo sistema de ruas retas com prédios contíguos com várias funções e uma orla marítima artificial ligada a uma extensa infraestrutura portuária”, explicou Gwiazda.

Ele destacou ainda que “a presença de tal edifício, juntamente com os dois complexos de banhos e as latrinas, indica o cuidado dos urbanistas com a saúde dos moradores”. 

“As evidências apresentadas aqui indicam que Marea era uma cidade bem planejada que levava em consideração as necessidades básicas da população civil, e a maior parte dela foi construída dentro de um projeto de planejamento urbano”, afirmou o arqueólogo. 

De acordo com o pesquisador, a descoberta "revolucionou nossa compreensão desta cidade antiga" e "foi uma grande surpresa para nós porque nessa época não havia novas cidades construídas no Egito”. 

Gwiazda concluiu escrevendo que as construções descobertas “não são como quaisquer edifícios conhecidos no mundo mediterrâneo” e podem ter sido um dos últimos centros urbanos desenvolvidos por cristãos egípcios até o século 7.

Egito História arqueologia notícia assentamento urbano

Leia também

Em leilão, guitarra que pertencia a Prince pode ser arrematada por US$ 600 mil


Pesquisadores relacionam descobertas na Cidade de Davi a evento bíblico


Mulher que vive em McDonald's no Leblon lança campanha de arrecadação online


Tecnologia permite conversar com sobreviventes do Holocausto por chamada de vídeo


Rei Charles teria sido impedido de entregar presente a neto


Cresce a cada ano a "porta de entrada para o submundo" na Sibéria