Registro da estátua histórica Laocoonte - Canaã, Creative Commons
Vaticano

Ativistas ambientais causam danos permanentes em estátua histórica e são condenados

Em Vaticano, danos permanentes em estátua resultaram em prisão em liberdade condicional e pagamento de multa

Redação Publicado em 14/06/2023, às 11h39 - Atualizado em 16/06/2023, às 10h15

Após se prenderem com o auxílio de uma cola no pedestal da estátua histórica Laocoonte, exibida nos museus do Vaticano, em agosto de 2022, os ativistas ambientais Guido Viero e Ester Goffi foram condenados pela Justiça do Vaticano. 

Com o ato, que resultou em danos permanentes à base da estátua feita em mármore, a dupla foi condenada a nova meses de prisão em liberdade condicional e também ao pagamento de 30 mil euros (R$ 157 mil) em multa, como repercutido pelo O Globo. Já Laura Zorzini, que filmou o ato, recebeu uma multa de 120 euros (R$ 629).

O episódio chocou o mundo em 2022, em meio a um protesto nos museus da Santa Sé. Ao usarem cola, danos foram causados no item histórico, que teria sido esculpido no século I a.C. Descoberta em Roma no ano de 1506, a obra histórica mostra um sacerdote troiano e os filhos em meio a um ataque de serpentes marinhas. 

"Os juízes vaticanos do tribunal de primeira instância condenaram Ester e Guido a nove meses [de prisão em liberdade condicional] e a uma multa de 1.620 euros (R$ 8 mil). E se acrescentou o reembolso de mais de 28.000 euros (R$ 147 mil) pelos danos causados", disse o grupo ecologista Última Geração através de comunicado.

Em plena crise energética, dois ativistas da organização “Ultima Generazione” colaram suas mãos em uma das esculturas mais valiosas do Museu do Vaticano. Eles pedem pelo fim do petróleo, do gás e da emissão de carbono. pic.twitter.com/0RNETtzBk7

— Renata Barreto (@renatajbarreto) August 21, 2022

O episódio

Floriana Gigli, advogada do Estado do Vaticano, afirma que os condenados causaram 'danos inestimáveis' a um item artístico e cultural da História. Ela alegou que os ativistas estavam cientes que o ato poderia causar danos permanentes e, assim, optaram por colar as mãos na base da obra, e não na parte superior.

Durante uma audiência anterior a condenação, a dupla negou a intenção de causar danos na obra. De acordo com Goffi, ela contava com um solvente durante o ato, no entanto, alega que as autoridades do Vaticano utilizaram uma substância, com acetona como base, para descolá-los. 

O grupo afirma que a sentença mostra a hipocrisia do Vaticano e que é 'desproporcional e absurda'. Também alegam que vão decorrer da decisão da Justiça.

"O Vaticano, uma das últimas monarquias absolutistas do mundo, mostra toda a sua hipocrisia com este veredito", disseram eles, que classificaram como "desproporcional e absurda (...) por algumas gotas de cola em um bloco de mármore aos pés de Laocoonte".

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