No mês de fevereiro deste ano, o imigrante de 40 anos teve a sorte grande duas vezes, mas foi considerado suspeito de lavagem de dinheiro
Giovanna Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 27/05/2021, às 09h46
André, um imigrante brasileiro de 40 anos, cujo sobrenome não foi divulgado, é um homem de muita sorte. Nos últimos três anos ele viveu na Itália, onde trabalhou como pedreiro durante a maior parte do tempo até que, no mês de fevereiro, ganhou na loteria não uma, mas duas vezes. O fato chamou a atenção dos italianos e André tornou-se réu de uma investigação.
De acordo com o UOL, no dia 4 de fevereiro, o brasileiro comprou uma raspadinha chamada "Gratta e Vinci" (raspa e vence) em uma tabacaria de Modena, no norte da Itália, e acabou por ganhar 1 milhão de euros, o equivalente a 6,5 milhões de reais. Após vinte dias, comprou um segundo bilhete na cidade de Garda, e ganhou mais 2 milhões de euros (13 milhões de reais).
Tudo se tornou ainda mais suspeito quando o imigrante disse no banco, enquanto resgatava seu segundo prêmio, que ainda voltaria para buscar um terceiro, dessa vez de 5 milhões. Além disso, na ocasião ele solicitou a transferência de 800 mil euros para uma conta no Brasil e de mais 80 mil para um conhecido italiano. Assim, o homem teve sua conta bloqueada e passou a ser investigado por suspeita de lavagem de dinheiro.
Segundo o Ministério Público, o dinheiro seria proveniente "do crime de acesso abusivo ao sistema de informática da loteria e a consequente divulgação de sigilo".
Foi somente depois de quase dois meses que a Procuradoria de Verona chegou à conclusão de que André era inocente e que ele simplesmente era uma pessoa com muita sorte.
Tudo foi esclarecido: a transferência para o Brasil, segundo o brasileiro, era destinada aos seus familiares, os 80 mil euros eram para uma pessoa próxima e a história do terceiro prêmio era apenas uma "brincadeira".
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