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Homo erectus foi extinto por ser “preguiçoso”, afirmam cientistas

Após viver seis vezes mais que a humanidade moderna, o Homo erectus, espécie concorrente, desapareceu. Cientistas acreditam ter achado a razão

Letícia Yazbek Publicado em 13/08/2018, às 14h54 - Atualizado às 16h59

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Reconstrução de uma fêmea adulta da espécie Homo erectus - Wikimedia Commons
Reconstrução de uma fêmea adulta da espécie Homo erectus - Wikimedia Commons

Um novo estudo antropológico da Universidade Nacional Australiana revelou que o Homo erectus foi extinto porque tinha uma atitude, em suas próprias palavras, “preguiçosa”. Os pesquisadores examinaram a região de Dawadmi, na Arábia Saudita, para avaliar as estratégias de sobrevivência utilizadas pela espécie.

Quem foi o Homo erectus?
Surgido há 1,8 milhão de anos, o Homo erectus foi um ramo separado do gênero humano — cientistas discordam sobre se nós, o Homo sapiens, somos descendentes de uma população isolada do Erectus ou temos um ancestral em comum com ele, o Homo ergaster. Foram os primeiros homininos a criar feramentas complexas, dominar o fogo e caçar em grupos. Uma espécie de sucesso: saíram da África para colonizar a Ásia e Europa, muito antes de nós sequer termos surgido, há 300 mil anos. Extinto há 143 mil anos (na estimativa mais recente), o Erectus foi contemporâneo de nós e dos neandertais. 

O que teria dado fim a uma espécie que viveu por seis vezes mais o tempo da humanidade? Segundo o estudo, comodismo — ou, para ser mais adequadamente científico, a estratégia conservadora de sobrevivência com que a evolução os havia dotado.

Enquanto outras espécies humanas concorrentes escalavam montanhas e trasnportavam materiais por dezenas de quilômetros para garantir material de qualidade, o Homo erectus utilizava técnicas que exigiam o mínimo esforço possível.

Escavações realizadas em Dawadmi, na Arábia Saudita Australian National University

Segundo os pesquisadores, a espécie pouco explorava o ambiente ao seu redor e optava pelos materiais e recursos que estivessem mais próximos ao seu acampamento.

“Para fazer as ferramentas de pedra, eles usavam quaisquer pedras que encontrassem em volta de seu acampamento, que eram, em sua maioria, de qualidade baixa. No local em que olhamos, havia um grande aglomerado rochoso de pedras de qualidade a uma curta distância”, afirma o professor Ceri Shipton, um dos autores do estudo.

Escavação de ferramentas utilizadas pelo Homo erectus Australian National University

À medida que as mudanças climáticas começaram a afetar a região, os rios secaram e a água se tornou cada vez mais rara. Mesmo assim, o Homo erectus continuou relutante em viajar e se esforçar para encontrar os melhores recursos. “Não apenas eram preguiçosos, mas também muito conservadores. As amostras de sedimentos mostraram que o ambiente ao seu redor estava mudando, mas eles estavam fazendo exatamente as mesmas coisas com suas ferramentas”.

Ainda segundo os cientistas, essa “preguiça” derivava de uma limitação na mentalidade do Homo erectus. Eles só conseguiam planejar a curto prazo. “Eles faziam planos para apenas algumas horas, talvez um dia no máximo, enquanto o Homo sapiens e os nandertais faziam coisas como migrações sazonais - o que quer dizer que estavam planejando um ano adiante.”