Cães de pequeno porte já eram considerados animais de estimação no Império Romano - Pixabay
Império Romano

Cachorros de pequeno porte já eram animais de estimação no Império Romano

Essas raças eram semelhantes ao de algumas espécies que conhecemos hoje em dia, como os pequineses e os chihuahuas

Fabio Previdelli Publicado em 23/03/2020, às 14h00

Uma pesquisa feita por arqueólogos da Universidade de Granada (UGR), na Espanha — que tiveram a ajuda de cientistas do Instituto Andaluz de Ciências da Terra e do Instituto de História da CSIC, em Madri —, revelou que os romanos já tinham cães de pequeno porte como seus animais de estimação há mais de 2 mil anos.

Os especialistas acreditam que esses cães eram semelhantes ao de algumas espécies que conhecemos hoje em dia, como os pequineses e os chihuahuas. A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 23, pela equipe da UGR.

A pesquisa apresenta um estudo zoarqueológico, osteométrico, paleopatológico e bioquímico de isótopos, relacionado a vários enterros de cães encontrados na necrópole romana de Llanos del Pretorio, fora dos muros de Roman Cordoba e relacionados a quase setenta enterros humanos.

"Em particular, destaca-se um cachorro pequeno (com pouco mais de 20 centímetros de altura), membros encurtados e nariz achatado, que encontramos em uma cova ao lado de enterros humanos de crianças", explicou Rafael Martínez Sánchez, do Departamento de Pré-História e Arqueologia da Universidade de Granada e principal autor da pesquisa.

A descoberta constitui um dos mais antigos casos reconhecidos de cães micromórficos em todo o Império Romano. Apesar de ser difícil conhecer a aparência externa desse animal apenas pelos ossos — como a espessura do pelo, cor da pelagem ou a morfologia das orelhas — sabe-se que sua estrutura esquelética é semelhante às atuais raças de pequeno porte.

A existência de cães pequenos como animais de estimação é conhecida desde a antiguidade clássica. O fato é corroborado por textos, epigrafia e iconografia, destacou Sánchez. Autores clássicos como Plínio, o Velho e Cláudio Eliano citam o gosto das classes urbanas por esses animais, dos quais até epígrafes funerárias passaram a ser conhecidas não muito diferentes das conhecidas por servos ou escravos amados.

A descoberta, entre outros exemplos, de um animal pequeno com um crânio braquicefálico em uma necrópole da primeira metade do século 1 d.C. no sul da Hispânia abre novas interpretações sobre o papel desse tipo de animal nas relações entre cães e humanos no início de nossa era no mundo romano ocidental e suas implicações simbólicas nos rituais fúnebres.

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