Criadora e a obra - Divulgação
Arte

Citada por Marina Abramovic, artista brasileira participa da 3ª BIENALSUR em Buenos Aires

Sucesso desde a abertura, a mostra 'Literatura do Eu', da brasileira Paula Parisot, segue na embaixada brasileira em Buenos Aires até dezembro

Redação Publicado em 29/09/2021, às 15h53

A artista visual e escritora carioca Paula Parisot foi convidada para participar da 3ª edição da BienalSur, que acontece simultaneamente em diversos museus e instituições culturais pelo mundo.

Espaço recebe obras de Paula Parisot /Crédito: Divulgação

A mostra, denominada “Literatura do Eu”, aberta em 8 de setembro, é uma exposição-narrativa, em primeira pessoa que ocupa as cinco salas expositivas da Embaixada do Brasil em Buenos Aires e vem ganhando destaque na capital argentina.

"Original e criativa, Paula Parisot encontrou uma nova maneira de apresentar os seus livros, acrescentando a eles elementos da arte performática. Dessa maneira, ela está na vanguarda da abertura de novas possibilidades para escritores e artistas em geral. Para encontrar novas formas de expressão, ela corajosamente cruzou as fronteiras entre a arte de escrever e a arte da performance.” declarou Marina Abramovic sobre o trabalho da artista.

Na primeira sala está representada a infância da artista, sua família e o pai dos seus filhos, que morreu. O corredor de circulação recebe desenhos abstratos que representam os seus pais e avós e esculturas em espuma e pintura acrílica de inegáveis alusões fálicas, que representam os homens importantes de sua vida. 

Crédito: Divulgação

Esse corredor conduz à grande sala e à instalação A jovem senhora finalmente compreendeu que não há garantias nem almoços grátis, que resume a visão ligeiramente pessimista, embora realista, da artista, onde palavras juradas, o ego satisfeito e a eficácia da sedução não duram. Outros fatores entram em jogo, sendo a fatalidade um deles.

As duas salas subsequentes são dedicadas à videoarte: uma vídeo-performance inédita, captada ao meio-dia de 24 de outubro de 2013 – quando, com seu celular escondido, moveu-se como um lagarto rastejante pelas ruas em ebulição do centro de São Paulo, registrando tudo o que acontecia no nível do solo; o segundo vídeo abre com uma citação de Hilda Hilst – “Se você é coerente consigo mesmo, o resto é suportável. Eu suporto" – e é ambientado na Buenos Aires da quarentena, em 2020, como um "diário visual da pandemia".

"O que é a Literatura do Eu? A ânsia do escritor de falar de si próprio? A necessidade de falar da própria infância, das próprias memórias, dos próprios desejos e frustrações?  Por que tanto apego às próprias vidas? Por que a recusa da fantasia, da invenção? Por que, hoje, a ficção parece criar ojeriza? Algo se rompeu? A imaginação caiu em descrédito?", questiona Paula Parisot, também a co-criadora da série de TV - ”A Crucigramista” – exibida no Brasil pelo canal Arte 1.

Crédito: Divulgação

 


Sobre Paula Parisot

Paula Parisot nasceu no Rio de Janeiro e vive em Buenos Aires. Mestre em Fine Arts da The New School University, Nova York. Artista visual e escritora, seu trabalho é fundamentalmente interdisciplinar, uma vez que reúne literatura, pintura, desenho, performance e vídeo. Ela teve uma série de exposições individuais relacionadas à sua obra literária, incluindo uma exposição individual na EAV Parque Lage (RJ, 2014) e em Guadalajara (México, 2014). Expôs em instituições como o SESC em São Paulo. Co-criadora, com Jessica Mitrani, de A Crucigramista (Arte1, Brasil) um programa de TV sobre arte na América Latina. A  Crucigramista participou da DOCLisboa, 2018 e da Bienal do Mercosul, 2020. É autora dos livros A dama da Solidão (Companhia das Letras, 2007), finalista do Prêmio Jabuti, (Cal y Arena, 2008 e Dalkey Aclive Press 2010); Gonzos e Parafusos (Léa, 2010, Cal y Arena, 2011) e Partir (Tordesilhas 2013, Cal y Arena, 2013). Parisot trabalhou internacionalmente na divulgação da literatura brasileira na organização de antologias como La Invenciono De La Realidad (Cal y Arena, México, 2014).

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